palavras
o que significam
o que querem dizer
até onde querem ferir
palavra doída
"talher não se mexe"
corta-se alma
caem as gotas
é isso
Letras e Poesias
L´essentiel est invisible pour les yeux Le Petit Prince
quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
quarta-feira, 22 de julho de 2015
t e m p o . . .
Seiscentos e Sessenta e Seis
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre, sempre em frente…
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre, sempre em frente…
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Mario Quintana
quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
Poesia
Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.
O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.
Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
Carlos Drummond de Andrade
O que vamos fazer nascer?
n a t a l
Do Latim NATIVITAS, “nascimento”, de NATIVUS, “nascido”, de NATUS, “produzido pelo nascimento”, de NAQUI, “nascer”, de GIGNERE, “gerar”.
Nunca fez tanto sentido...
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
sábado, 15 de março de 2014
Tudo que vai
Tudo que vai
Deixa o gosto, deixa as fotos
Quanto tempo faz
Deixa os dedos, deixa a memória
Eu nem me lembro mais
Fica o gosto, ficam as fotos
Quanto tempo faz
Ficam os dedos, fica a memória
Eu nem me lembro mais
Capital Inicial
Coexistência
ser uma pessoa
essa troca
essa expectativa
esse outro ser que não conheço
que retorna
e repenso
repenso
escrevo
existo
existo?
só sei que escrevo
pelo outro
para o outro
porque eu sou, senão a parte, mas o outro.
Paula Cristina Corrêa Francisco
essa troca
essa expectativa
esse outro ser que não conheço
que retorna
e repenso
repenso
escrevo
existo
existo?
só sei que escrevo
pelo outro
para o outro
porque eu sou, senão a parte, mas o outro.
Paula Cristina Corrêa Francisco
2014: Recomeçando...
Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois
Cabe até o meu amor
Essa é a última oração pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa
Oração - A Banda mais bonita da cidade
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois
Cabe até o meu amor
Essa é a última oração pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa
Oração - A Banda mais bonita da cidade
terça-feira, 21 de maio de 2013
Motivos
Tento não escrever quando estou frustrada, triste, inconsolável, mas as palavras não resistem ao toque do sofrimento. Necessitam sair, escapam, pulam, querem ser notadas. Pois assim que seja.
Motivos. Não me dê motivos. Não me dê motivos para ir embora de mim mesma e transformar-me em um amontoado de palavras e pensamentos vãos que vão e voltam e assombram a mim mesma; logo eu que os produzi: não os quero, mas são irresistíveis. Tem sabor de sofrimento e adoro ver-me em chamas.
O calor da fúria me consola e desconsola. Habitual paradoxo dos que não querem sofrer e sofrem.
Entre o querer e não querer. Assim se faz esta meada de fios que se entrelaçam e laçam os meus sentimentos e esvaem-se em letras.
Tanta coisa em se buscar e acabar por perder-se. Insanidade que permeia os homens. Loucura que faz de nós homens, tolos de guerra, crianças estúpidas e patéticas.
Paula Cristina
Motivos. Não me dê motivos. Não me dê motivos para ir embora de mim mesma e transformar-me em um amontoado de palavras e pensamentos vãos que vão e voltam e assombram a mim mesma; logo eu que os produzi: não os quero, mas são irresistíveis. Tem sabor de sofrimento e adoro ver-me em chamas.
O calor da fúria me consola e desconsola. Habitual paradoxo dos que não querem sofrer e sofrem.
Entre o querer e não querer. Assim se faz esta meada de fios que se entrelaçam e laçam os meus sentimentos e esvaem-se em letras.
Tanta coisa em se buscar e acabar por perder-se. Insanidade que permeia os homens. Loucura que faz de nós homens, tolos de guerra, crianças estúpidas e patéticas.
Paula Cristina
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Em construção...
O operário em construção
Vinicius de Moraes
- Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
E Jesus, respondendo, disse-lhe:
- Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.
Lucas, cap. V, vs. 5-8.
Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão -
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Exercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
- "Convençam-no" do contrário -
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
- Loucura! - gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.
sábado, 29 de dezembro de 2012
Novo?
Por que temos a ligeira impressão de que mudar algarismos significa mudar de vida? Se a mudança depende de atitudes e atitudes nada têm a ver com números, então, por quê esperamos a troca de ano para tomar iniciativas? Será algo "psicológico"? Sendo ou não é um bom momento para rever metas e objetivos: o que foi alcançado, o que precisa melhorar, enfim, esse tipo de autoestima que damos a nós próprios. Não é ruim, só deveria acontecer constantemente e não apenas entre 31 e 01. Simples, assim. Mas, como todo bom humano acomodado em sua vida particular, deixamos as mudanças, as expectativas, os sonhos, os amores, tudo. Tudo para o próximo ano.
Pensemos...
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
domingo, 4 de novembro de 2012
O Guardador de Rebanhos
II
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo…
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender…
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar…
Fernando Pessoa
Consequente
por Alfredo Rossetti
não sei de onde eu vim
e para onde vou me inquieta
vivo entre a lógica e a loucura
daí, poeta.
Soneto 003
003
Camões
Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar me, e novas esquivanças;
que não pode tirar me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças, andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.
Camões
Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar me, e novas esquivanças;
que não pode tirar me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças, andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.
Felicidade Clandestina
"(...) Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra."
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Aqui neste lugar
Sérgio Britto e Negra LI
Ninguém sabe
Quanto cabe pedir
E alguém sabe
Quanto cabe dar
Ninguém sabe
Quando cabe ouvir
E alguém sabe
Quando cabe falar
Quanto cabe pedir
E alguém sabe
Quanto cabe dar
Ninguém sabe
Quando cabe ouvir
E alguém sabe
Quando cabe falar
Meu amor
Será que eu posso perguntar
Quanto amor
Ainda cabe nesse seu olhar
Será que eu posso perguntar
Quanto amor
Ainda cabe nesse seu olhar
Nós temos um ao outro, o mundo é muito pouco
Temos um ao outro e a noite para inventar
Nós temos um ao outro, o mundo é muito pouco
Temos um ao outro e o dia pode esperar
Temos um ao outro e a noite para inventar
Nós temos um ao outro, o mundo é muito pouco
Temos um ao outro e o dia pode esperar
Ninguém sabe
Quanto cabe insistir
E alguém sabe
O que cabe aceitar
Ninguém sabe
Quando admitir
E alguém sabe
O que cabe negar
Quanto cabe insistir
E alguém sabe
O que cabe aceitar
Ninguém sabe
Quando admitir
E alguém sabe
O que cabe negar
Meu amor
Será que eu sei adivinhar
Quanto amor
Ainda cabe aqui neste lugar
Será que eu sei adivinhar
Quanto amor
Ainda cabe aqui neste lugar
Nós temos um ao outro, o mundo é muito pouco
Temos um ao outro e a noite para inventar
Nós temos um ao outro, o mundo é muito pouco
Temos um ao outro e o dia pode esperar
Temos um ao outro e a noite para inventar
Nós temos um ao outro, o mundo é muito pouco
Temos um ao outro e o dia pode esperar
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
meus deus a vida está passando
meu deus a vida está passando e as coisas vão acontecendo e tudo é uma grande loucura e nesse mar efervescente de milhões de tarefas e milhões de dias e datas acontece o pior e você se descabela e você já não quer entender e quer mandar todos pro inferno é tudo é uma grande alegoria da qual você é o ornamento mais importante e há tanto ruído e gritos que você quer fugir desse emaranhado de ilusões e desespero mas você se desespera o dia é um lixo a única esperança é dormir e acordar com outra vida.
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Dê-me sua mão
E tudo como costumeiro continua a andar.
Dê-me sua mão.
Penso estar em um cubo cuja saída não há.
É tridimensional.
Dê-me sua mão.
E já não sei mais pensar.
Dê-me sua mão.
A vida robótica indica a perda da subjetividade.
Dê-me sua mão.
A única coisa que sei desejar.
Paula Cristina
Dê-me sua mão.
Penso estar em um cubo cuja saída não há.
É tridimensional.
Dê-me sua mão.
E já não sei mais pensar.
Dê-me sua mão.
A vida robótica indica a perda da subjetividade.
Dê-me sua mão.
A única coisa que sei desejar.
Paula Cristina
sábado, 19 de maio de 2012
Não achar sonhos besteira
"Ser capitã desse mundo
Poder rodar sem fronteiras
Viver um ano em segundos
Não achar sonhos besteira"
Fragmento da música "Shimabalaiê", por Maria Gadú
Poder rodar sem fronteiras
Viver um ano em segundos
Não achar sonhos besteira"
Fragmento da música "Shimabalaiê", por Maria Gadú
A Roupa nova do poeta
"Laurindo Rebelo (1826-1864) é considerado um dos grandes poetas românticos brasileiros. Natural do Rio de Janeiro, tinha um grande talento satírico, além de ser mestre no improviso. Muito querido por onde passava, também era conhecido como Poeta Lagartixa - dizem que por causa da magreza e por ser desengonçado. Em certa ocasião, durante a organização de uma festa, alguém sugeriu que o poeta fosse convidado. Uma pessoa da família foi contra: 'Agora não é possível. A roupa dele está num estado deplorável'. E a festa acabou acontecendo sem o costumeiro show do Laurindo. Tempos depois, quando o poeta já havia providenciado uma roupa nova, foi convidado para outra festa da mesma família. Durante a festa, a família já estava preocupada com o atraso do ilustre convidado quando alguém chegou à porta. Era um carregador, que trazia um embrulho com um bilhete: 'Aí vai o Laurindo!'. No pacote, uma roupa nova."
Em Superstição do Brasil, de Câmara Cascudo.
Revista de História da Biblioteca Nacional ano7 nº 73 Outubro 2011 - página 85.
Em Superstição do Brasil, de Câmara Cascudo.
Revista de História da Biblioteca Nacional ano7 nº 73 Outubro 2011 - página 85.
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Surpresa
Não devemos dizer nunca que não poderemos ser surpreendidos por alguém ou por alguma coisa.
Quanto o minuto desgasta, a surpresa aparece. Repentina, imponente, rainha de si e de seus mistérios.
E um desapontamento acomete o nosso ser.
Seremos tolos a ponto de sermos enganados por nós mesmos?
Nossos pensamentos ingênuos e infantis?
Paula, Paula Cristina ou Paula Corrêa?
Quanto o minuto desgasta, a surpresa aparece. Repentina, imponente, rainha de si e de seus mistérios.
E um desapontamento acomete o nosso ser.
Seremos tolos a ponto de sermos enganados por nós mesmos?
Nossos pensamentos ingênuos e infantis?
Paula, Paula Cristina ou Paula Corrêa?
Letras e Poesias, retorno.
Eis que o retorno é ornado de palavras ávidas, sussurrantes.
Letras e Poesias que se unem,
configuram,
desfiguram,
procurando novos sabores,
novas caras,
novos leitores.
Paula Cristina
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Pensamento
"O não fazer e o não poder fazer, essa inercia que nos torna repugnantes, reforça o lado sombrio e horrível do que vulgarmente se chama humano."
Paula
sábado, 3 de dezembro de 2011
sábado, 12 de novembro de 2011
Retrospectiva
Porque a vida é feita de proibições,
eu não compus todas as canções,
não percebi a brisa suspirar,
eu esqueci cantigas de ninar,
dei chances demais à voz dos credos,
não rompi de vez todos os medos,
roubei do tempo um tanto de carinho,
não vi a flor amar o passarinho,
perdi o trem na curva da vertente
e não deixei o mel melar completamente.
Porque a vida é feita de proibições,
larguei o fio, soltaram-se os balões,
deixei que o pião revirasse sozinho,
mandei que o zangão se zangasse baixinho,
desprezei a bruma que baixou o véu,
permiti à palavra dormir no papel,
evitei o desvio que atravessa a estrada,
não quis o desafio da ronda embriagada,
não li o poema do poeta maldito
e não tive o dilema do beijo infinito.
Porque ainda há tempo para o encantamento,
quebre-se o vidro do sermão absoluto,
rompa-se a teia, reveja-se o estatuto,
que a primavera quer amar o chão de vento.
Flora Figueiredo, Chão de Vento
eu não compus todas as canções,
não percebi a brisa suspirar,
eu esqueci cantigas de ninar,
dei chances demais à voz dos credos,
não rompi de vez todos os medos,
roubei do tempo um tanto de carinho,
não vi a flor amar o passarinho,
perdi o trem na curva da vertente
e não deixei o mel melar completamente.
Porque a vida é feita de proibições,
larguei o fio, soltaram-se os balões,
deixei que o pião revirasse sozinho,
mandei que o zangão se zangasse baixinho,
desprezei a bruma que baixou o véu,
permiti à palavra dormir no papel,
evitei o desvio que atravessa a estrada,
não quis o desafio da ronda embriagada,
não li o poema do poeta maldito
e não tive o dilema do beijo infinito.
Porque ainda há tempo para o encantamento,
quebre-se o vidro do sermão absoluto,
rompa-se a teia, reveja-se o estatuto,
que a primavera quer amar o chão de vento.
Flora Figueiredo, Chão de Vento
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Mundo à distância
Tudo parece-me hoje à distância:
Compras à distância.
Boletos à distância.
Educação à distância.
Pessoas à distância.
Sentimentos à distância.
Compras à distância.
Boletos à distância.
Educação à distância.
Pessoas à distância.
Sentimentos à distância.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Oração
Oração
A Banda Mais Bonita da Cidade
Meu amor essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa
Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois
Cabe até o meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa
Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois
Cabe até o meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa
Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe essa oração
A Banda Mais Bonita da Cidade
Meu amor essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa
Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois
Cabe até o meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa
Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois
Cabe até o meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa
Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe essa oração
domingo, 14 de agosto de 2011
tempo de vida
tudo que nasce morre
tudo que morre nasce?
relógio da vida
suas horas
seu destino
seu legado
finito
vida e tempo
dicotomias errantes
sem prévia
nem aviso
Paula Cristina
tudo que morre nasce?
relógio da vida
suas horas
seu destino
seu legado
finito
vida e tempo
dicotomias errantes
sem prévia
nem aviso
Paula Cristina
sábado, 6 de agosto de 2011
Insensatez
Música: Fernanda Takai
Composição: Tom Jobim / Vinícius de Moraes
Composição: Tom Jobim / Vinícius de Moraes
Ah, insensatez que você fez
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor
O seu amor
Um amor tão delicado
Ah, por que você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah, meu coração, quem nunca amou
Não merece ser amado
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor
O seu amor
Um amor tão delicado
Ah, por que você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah, meu coração, quem nunca amou
Não merece ser amado
Vai meu coração ouve a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Vai, meu coração, pede perdão
Perdão apaixonado
Vai, porque quem não pede perdão
Não é nunca perdoado
Vai, meu coração, pede perdão
Perdão apaixonado
Vai, porque quem não pede perdão
Não é nunca perdoado
sábado, 28 de maio de 2011
O valor do homem
"(...) o verdadeiro valor do homem não está no que 'ele possui',
mas sim no que 'ele é'.
Você precisa situar o seu ideal da vida 'naquilo que deseja ser',
e não 'naquilo que deseja possuir'."
O Livro dos Jovens
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Quando
Quando eu quis me aproximar
Você fingiu que não me via
Quando eu fui me declarar
Você fugiu para outra esquina
E quando eu quis parar você
E quando eu fui te convencer...
Quando a minha mão firmou
Você sorriu... eu trepidava
Quando o furacão passou
A tua boca é que ventava
Se eu parasse o tempo ali
E eu não tivesse mais que ir
Você me acompanhava
E me daria a mão?
Na sua calmaria
Eu ia ser vulcão...
E quando o sol se for
E o frio me tocar
É com você que eu vou estar
Myllena e Banda
Você fingiu que não me via
Quando eu fui me declarar
Você fugiu para outra esquina
E quando eu quis parar você
E quando eu fui te convencer...
Quando a minha mão firmou
Você sorriu... eu trepidava
Quando o furacão passou
A tua boca é que ventava
Se eu parasse o tempo ali
E eu não tivesse mais que ir
Você me acompanhava
E me daria a mão?
Na sua calmaria
Eu ia ser vulcão...
E quando o sol se for
E o frio me tocar
É com você que eu vou estar
Myllena e Banda
terça-feira, 29 de março de 2011
Quando eu acreditava
Quando eu acreditava
Que havia chegado o mais alto
Tocado o céu!
Precisei conhece-la
Para saber
Que as estrelas eram mais altas!
Descobri que minha vida ainda não tinha significado
No momento que avistei seu olhar!
O mundo não possuia beleza
Até ter visto seu sorriso!
Guiando meus caminhos
Conduzindo minha vida!
Disciplinando meus horários
Iluminando minha existência!
Meier Frangiotti Cesca
Que havia chegado o mais alto
Tocado o céu!
Precisei conhece-la
Para saber
Que as estrelas eram mais altas!
Descobri que minha vida ainda não tinha significado
No momento que avistei seu olhar!
O mundo não possuia beleza
Até ter visto seu sorriso!
Guiando meus caminhos
Conduzindo minha vida!
Disciplinando meus horários
Iluminando minha existência!
Meier Frangiotti Cesca
domingo, 27 de março de 2011
Canção do Lobo
Você me disse que eu sou petulante, né?
acho que sou sim, viu?
como a água que desce a cachoeira
e não pergunta se pode passar
você me disse que meu olho é duro como faca
acho que é sim, viu?
como é duro o tronco da mangueira
onde você precisa encostar
você me disse que eu destruo sempre
a sua mais romântica ilusão
e destruo sempre com minha palavra
o que me incomodou
acho que é sim
como fere e faz barulho o bicho que se machucou
como fere e faz barulho o bicho que se machucou
Oswaldo Montenegro
acho que sou sim, viu?
como a água que desce a cachoeira
e não pergunta se pode passar
você me disse que meu olho é duro como faca
acho que é sim, viu?
como é duro o tronco da mangueira
onde você precisa encostar
você me disse que eu destruo sempre
a sua mais romântica ilusão
e destruo sempre com minha palavra
o que me incomodou
acho que é sim
como fere e faz barulho o bicho que se machucou
como fere e faz barulho o bicho que se machucou
Oswaldo Montenegro
terça-feira, 22 de março de 2011
hoje já é terça
hoje já é terça já é março e novamente sem ritmo num ritmo mais do que acelerado sem compromissos sem brilho numa máquina de fazer gente para esmiuçar ideias e ter a nevoada sensação de estar vivendo sem vida.
Paula Cristina
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Gentileza
Gentileza gera gentileza, já dizia o grande profeta.
Doces gestos e mínimas ações fazem de nós mais humanos,
mais vivos, mais gentís.
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca
(Marisa Monte, em lembrança ao profeta Gentileza)
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Burguesinha
Vai no cabeleireiro
No esteticista
Malha o dia inteiro
Pinta de artista
Saca dinheiro
Vai de motorista
Com seu carro esporte
Vai zoar na pista
Final de semana
Na casa de praia
Só gastando grana
Na maior gandaia
Vai pra balada
Dança bate estaca
Com a sua tribo
Até de madrugada
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Só no filé
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Tem o que quer
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Do croissant
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Suquinho de maçã
Seu Jorge
No esteticista
Malha o dia inteiro
Pinta de artista
Saca dinheiro
Vai de motorista
Com seu carro esporte
Vai zoar na pista
Final de semana
Na casa de praia
Só gastando grana
Na maior gandaia
Vai pra balada
Dança bate estaca
Com a sua tribo
Até de madrugada
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Só no filé
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Tem o que quer
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Do croissant
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Suquinho de maçã
Seu Jorge
Sem tempo de ph vivendo em f
a verdade é que o mundo anda sem pontuação e sem ritmo enquanto a vida está em ph o mundo vai além do f sem tempo de esmiuçar a sonoridade alheia ou própria tenta-se num ato último trazer o f para a vida e não acontece o esperado o ph é descanso é vida natural o outro já é superdotado não precisa de tempo sem tempo de viver o ph a vida transforma-se na busca incansável pela loucura humana de viver sem tempo para saborear pronunciar sentir apalpar cheirar sem tempo de ph vivendo em f
Paula Cristina
Paula Cristina
sábado, 4 de dezembro de 2010
Roda Viva
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
Chico Buarque
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
Chico Buarque
Capitalismo: Chegou o Natal!
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Cruel
cruel
você
mente
empobrece o mundo
o desfaz
o torna e retorna
fugaz
cruel
labirinto de hipocrisia
lixo humano
resto de uma burguesia
cruel
sem piedade
você
você
sem piedade
cruel
Paula Cristina
você
mente
empobrece o mundo
o desfaz
o torna e retorna
fugaz
cruel
labirinto de hipocrisia
lixo humano
resto de uma burguesia
cruel
sem piedade
você
você
sem piedade
cruel
Paula Cristina
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Gentileza
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca
Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza
Por isso eu pergunto
À você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria
O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o Profeta
Marisa Monte
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
sábado, 2 de outubro de 2010
O Guardador de Rebanhos
II
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo…
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender…
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar…
Fernando Pessoa
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo…
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender…
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar…
Fernando Pessoa
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Os livros que ler e as pessoas de quem se aproximar...
Como disse o pensador Charles Jones:
"Daqui a cinco anos você estará bem próximo de ser
a mesma pessoa que é hoje,
exceto por duas coisas: os livros que ler e as pessoas de quem se aproximar".
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Meninos e Meninas
Meninos E Meninas
Legião Urbana
Composição: Renato Russo, Dado Villa-Lobos/Renato Russo, Marcelo Bonfá
Quero me encontrar, mas não sei onde estou
Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita
Tenho quase certeza que eu não sou daqui
Legião Urbana
Composição: Renato Russo, Dado Villa-Lobos/Renato Russo, Marcelo Bonfá
Quero me encontrar, mas não sei onde estou
Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita
Tenho quase certeza que eu não sou daqui
domingo, 8 de agosto de 2010
Canteiros
Canteiros
Fagner
Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento
Pode ser até manhã
Sendo claro, feito o dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza ...
E deixemos de coisa, cuidemos da vida
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração.
Os meus olhos têm a fome do horizonte...
Nunca mais a natureza da manhã
E a beleza no artifício da cidade
Num edifício sem janela
Desenhei os olhos dela
Entre vestígios de bala
E a luz da televisão
Os meus olhos têm a fome Do horizonte
Sua face é um espelho Sem promessa
Por dezembros atravesso
Oceanos e desertos
Vendo a morte assim tão perto
Minha vida em suas mãos
O trem se vai
Na noite sem estrelas
E o dia vem
Nem eu nem trem nem ela
sexta-feira, 16 de julho de 2010
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Frágil
______________
É difícil ser humano. E ter de chorar. É difícil convencer-se de que não há ponto final e que nada que faça vai mudar o que fora feito antes. Que a fragilidade nos alcança. E nos corta punhos e corações. E nos deixa amendrontado. Frágil. Sem muro de arrimo nenhum. Sem certeza das palavras. Sem certeza dos pensamentos. Pré-julgamentos voláteis. Pré-vida.
A única certeza é de que não há certezas.
E o mundo nos consome. Nos torce. Nos enrola. Nos amassa. Nos derruba. Nos mata. Em nós mesmo a sede de morte de um dia inseguro derrubado pelo sono ininterrupto, mas leve e sem sonhos. A morte de um ser frágil é um pedaço de pequenez. É um cisco. É um nada. Ações mal compreendidas ou mal feitas ou mal acabadas ou mal pensadas ou mal agidas ou más. Maldade, fragilidade do homem. Tanto e nada. Frágil.
______________
PAULA CRISTINA
sábado, 26 de junho de 2010
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Céu de Santo Amaro
Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor
Nos invadiu...
Com ela veio a paz, toda beleza de sentir
Que para sempre uma estrela vai dizer
Simplesmente amo você...
Meu amor..
Vou lhe dizer
Quero você
Com a alegria de um pássaro
Em busca de outro verão
Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei
Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei
Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor nos invadiu...
Então...
Veio a certeza de amar você...
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor
Nos invadiu...
Com ela veio a paz, toda beleza de sentir
Que para sempre uma estrela vai dizer
Simplesmente amo você...
Meu amor..
Vou lhe dizer
Quero você
Com a alegria de um pássaro
Em busca de outro verão
Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei
Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei
Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor nos invadiu...
Então...
Veio a certeza de amar você...
sábado, 22 de maio de 2010
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Constância das palavras
Dizer o que digo:
é fato.
é fato.
Transcender o fato:
é um f e i t o
*
Desafiar a si mesmo
na busca incessante
de sentido
**
Brotar das letras
Proteger a incógnita
***
Constância das palavras
________________________________
Paula Cristina
sábado, 15 de maio de 2010
Poema a partir de uma imagem:
As árvores que cercam
Fecham o mundo
Ideias suspensas
Perdidas
Caidas
Sem rumo
Paula Cristina
(Oficina de Poesia)
sexta-feira, 14 de maio de 2010
terça-feira, 27 de abril de 2010
Fracasso
se acaso fosse
fosse um fracasso
fracasso seriaseria se acaso fosse
Se fosse
Fosse
Fracasso
Se acaso fosse
Seria
Fracasso se acaso fosse
Paula Cristina
sexta-feira, 23 de abril de 2010
terça-feira, 20 de abril de 2010
Deus me Proteja
Deus Me Proteja
Chico César
Deus me proteja de mim e da maldade de gente boa.
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde ilumine e zele assim
Deus me proteja de mim e da maldade de gente boa.
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde ilumine e zele assim
Caminho se conhece andando
Então vez em quando é bom se perder
Perdido fica perguntando
Vai só procurando
E acha sem saber
Perigo é se encontrar perdido
Deixar sem ter sido
Não olhar, não ver
Bom mesmo é ter sexto sentido
Sair distraído espalhar bem-querer
Chico César
Deus me proteja de mim e da maldade de gente boa.
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde ilumine e zele assim
Deus me proteja de mim e da maldade de gente boa.
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde ilumine e zele assim
Caminho se conhece andando
Então vez em quando é bom se perder
Perdido fica perguntando
Vai só procurando
E acha sem saber
Perigo é se encontrar perdido
Deixar sem ter sido
Não olhar, não ver
Bom mesmo é ter sexto sentido
Sair distraído espalhar bem-querer
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Igualdade
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Sonhos
"Sem sonhos, a vida não tem brilho.
Sem metas, os sonhos não têm alicerces.
Sem prioridades, os sonhos não se tornam reais.
Sonhe, trace metas, estabeleça prioridades..."
(Augusto Cury)
terça-feira, 30 de março de 2010
sexta-feira, 26 de março de 2010
terça-feira, 23 de março de 2010
Que vontade que tenho
de deitar e deitar, de chorar até o amanhecer, de chorar todas as lágrimas dos mundos, de dormir um sono que não pudesse ser acordado, de ter me comigo inteira, nua e inteira, de ser e respirar com alívio um ar puro de honestidade.
de iluminar-me com a Paz, a paz de Deus e de todos os homens, a paz das almas, dos cânticos enamorados dos anjos... a Paz.
de iluminar-me com a Paz, a paz de Deus e de todos os homens, a paz das almas, dos cânticos enamorados dos anjos... a Paz.
Não me leias...
Não me leias se buscas
flamante novidade
ou sopro de Camões.
Aquilo que revelo
e o mais que segue oculto
em vítreos alçapões
são notícias humanas,
simples estar-no-mundo,
e brincos de palavra,
um não-estar-estando
Carlos Drummond de Andrade
flamante novidade
ou sopro de Camões.
Aquilo que revelo
e o mais que segue oculto
em vítreos alçapões
são notícias humanas,
simples estar-no-mundo,
e brincos de palavra,
um não-estar-estando
Carlos Drummond de Andrade
sábado, 13 de março de 2010
Pergunta:
Nós somos perfurados pelas experiências?
(achei esta pergunta de uma simplicidade e beleza sem tamanho. Farei um poema quando for respondê-la...)
quinta-feira, 4 de março de 2010
SE...
acordo sonhando
sonhando acordado
se acordo
se sonho
se realizo
se faço
não sei se fico
ou se passo
inconstante
constante
delírio da alma
suspiro do âmago
Profundo
incessante
segredo
sem resposta
sem nada.
Paula Cristina
poema em resposta "Acordo Sonhando", por Meier
sonhando acordado
se acordo
se sonho
se realizo
se faço
não sei se fico
ou se passo
inconstante
constante
delírio da alma
suspiro do âmago
Profundo
incessante
segredo
sem resposta
sem nada.
Paula Cristina
poema em resposta "Acordo Sonhando", por Meier
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Solidão
Tem dias que a gente não se reconhece
Tem dias que a gente não sabe exatamente quem é
Uma tentativa falida de explicar-se
O querer fazer parte do mundo
O sentir necessitado do outro,
da voz do outro,
do olhar do outro,
do corpo do outro.
A solidão é angustiante.
Crua.
Verdadeira.
Não há o que explicar
É fato, estamos sós
A contemplar um mundo de solitários
A buscar um solitário pra si.
É triste ser só, sozinho
O ideal é ser só, mas junto
A solidão se distancia, fica miúda
pequena, mas ainda é solidão.
E ninguém entende aquele que disse
ser solitário andar por entre as gentes
e nunca contentar-se de contente.
É uma dor que desafia
que estremece.
E assim caminhamos
Mãos dadas
Cada perna para um lado
Na tentativa de não sentir-se só.
Na estúpida tentativa de não reconhecer-se só.
.Você está sozinho.
Dor mais profunda:
Verdadeira, única.
PAULA CRISTINA
Tem dias que a gente não sabe exatamente quem é
Uma tentativa falida de explicar-se
O querer fazer parte do mundo
O sentir necessitado do outro,
da voz do outro,
do olhar do outro,
do corpo do outro.
A solidão é angustiante.
Crua.
Verdadeira.
Não há o que explicar
É fato, estamos sós
A contemplar um mundo de solitários
A buscar um solitário pra si.
É triste ser só, sozinho
O ideal é ser só, mas junto
A solidão se distancia, fica miúda
pequena, mas ainda é solidão.
E ninguém entende aquele que disse
ser solitário andar por entre as gentes
e nunca contentar-se de contente.
É uma dor que desafia
que estremece.
E assim caminhamos
Mãos dadas
Cada perna para um lado
Na tentativa de não sentir-se só.
Na estúpida tentativa de não reconhecer-se só.
.Você está sozinho.
Dor mais profunda:
Verdadeira, única.
PAULA CRISTINA
sábado, 20 de fevereiro de 2010
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Lua Canção Floresta Paz (Palavras Perdidas I)
Na floresta da noite
existe um medo
é um medo maior
é o medo do desejo
Nesta canção desprovida
há uma nota perdida
não rima, não diz nada
já não traz mais em si a vida
Na paz de outrora
eu escutei aquele ruído
era um som absurdo
que beirava ao misticismo
Nesta floresta sem canção sem paz
dorme uma lua autêntica
ela é quem guia
os passos dos pobres mortais
Paula Cristina
existe um medo
é um medo maior
é o medo do desejo
Nesta canção desprovida
há uma nota perdida
não rima, não diz nada
já não traz mais em si a vida
Na paz de outrora
eu escutei aquele ruído
era um som absurdo
que beirava ao misticismo
Nesta floresta sem canção sem paz
dorme uma lua autêntica
ela é quem guia
os passos dos pobres mortais
Paula Cristina
domingo, 7 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Não saber como frear as lágrimas
Não saber como frear as lágrimas
diante de uma música,
não saber como vencer a dor de um
silêncio que nada preenche.
Martha Medeiros
diante de uma música,
não saber como vencer a dor de um
silêncio que nada preenche.
Martha Medeiros
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Florbela Espanca
Mas que eu não era Eu não o sabia
mesmo que o soubesse, o não dissera...
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim... e não me via!
Florbela Espanca
mesmo que o soubesse, o não dissera...
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim... e não me via!
Florbela Espanca
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
amarosaamar
amar
rosa
espaço
terra
água
luz
sombra
chuva
paciência
cuidado
carinho
caule
folhas
espinhos
flor
rosa
amar
Paula Cristina
rosa
espaço
terra
água
luz
sombra
chuva
paciência
cuidado
carinho
caule
folhas
espinhos
flor
rosa
amar
Paula Cristina
Fragmentos
Por que tanta confusão nesse pequeno espaço central? Ou há muito entulho ou não há nada!
Oras, raiva e raiva! Para que tanta pasmadice, tanta boberagem, tanta hipocrisia e um tantão de falsidade. A rima fica perfeita, mas pérfida, podre e nojenta.
Ah! Mundo mundo vasto mundo, mundo cheio de lixo e de gente. Gente ou lixo? Lixo ou gente? Não sei. Não sei. Miséria indevida, status alheio, cores e flores roubadas da filha de um pseudo-jardineiro. Ele diz que é jardineiro. É? Não, não é. Tem tanta gente que se diz tanta coisa e essa coisa não passa do grande nada. Nada! São uns nada. É isso que são! Uns bandos de nada!
E essa pedra aqui? Ainda aqui? Pra quê? Oh, meu Deus! Livrai-me do mal e de todas as pedras. Amém!
Dia 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22,23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32. Não há 32!
Passar na esquina, comprar manteiga, pegar os ovos, fechar a bolsa, ligar o carro.
Passar o carro na manteiga, comprar a bolsa, pegar a esquina e ligar os ovos...
Eu não lembro o que devo fazer...
Olá, oi, bom dia, até logo, olá, oi, bom dia, boa tarde, com licença, por gentileza, senhora, boa tarde, bom dia, boa noite, oi, olá
350,00 +700,00 -350,00 -20,00 +58,00-450,00-1000,00 +0,45
Pra que ser assim? Peça perdão!
toc, toc, toc. Tem alguém aí?
Não sei.
Pra que tanta coisa nesse pequeno espaço central?
Há muito entulho!
Paula Cristina
Oras, raiva e raiva! Para que tanta pasmadice, tanta boberagem, tanta hipocrisia e um tantão de falsidade. A rima fica perfeita, mas pérfida, podre e nojenta.
Ah! Mundo mundo vasto mundo, mundo cheio de lixo e de gente. Gente ou lixo? Lixo ou gente? Não sei. Não sei. Miséria indevida, status alheio, cores e flores roubadas da filha de um pseudo-jardineiro. Ele diz que é jardineiro. É? Não, não é. Tem tanta gente que se diz tanta coisa e essa coisa não passa do grande nada. Nada! São uns nada. É isso que são! Uns bandos de nada!
E essa pedra aqui? Ainda aqui? Pra quê? Oh, meu Deus! Livrai-me do mal e de todas as pedras. Amém!
Dia 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22,23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32. Não há 32!
Passar na esquina, comprar manteiga, pegar os ovos, fechar a bolsa, ligar o carro.
Passar o carro na manteiga, comprar a bolsa, pegar a esquina e ligar os ovos...
Eu não lembro o que devo fazer...
Olá, oi, bom dia, até logo, olá, oi, bom dia, boa tarde, com licença, por gentileza, senhora, boa tarde, bom dia, boa noite, oi, olá
350,00 +700,00 -350,00 -20,00 +58,00-450,00-1000,00 +0,45
Pra que ser assim? Peça perdão!
toc, toc, toc. Tem alguém aí?
Não sei.
Pra que tanta coisa nesse pequeno espaço central?
Há muito entulho!
Paula Cristina
sábado, 16 de janeiro de 2010
- Os homens...
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Lugares Proibidos
Eu gosto do claro quando é claro que você me ama
Eu gosto do escuro no escuro com você na cama
Eu gosto do não se você diz não viver sem mim
Eu gosto de tudo, tudo o que traz você aqui
Eu gosto do nada, nada que te leve para longe
Eu amo a demora sempre que o nosso beijo é longo
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby, com você já, já
Mande um buquê de rosas, rosa ou salmão
Versos e beijos e o seu nome no cartão
Me leve café na cama amanhã
Eu finjo que eu não esperava
Gosto de fazer amor fora de hora
Lugares proibidos com você na estrada
Adoro surpresas sem datas
Chega mais cedo amor
Eu finjo que eu não esperava
Eu gosto da falta quando falta mais juízo em nós
E de telefone, se do outro lado é a sua voz
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby com você chegando já
Helena Elis
Eu gosto do escuro no escuro com você na cama
Eu gosto do não se você diz não viver sem mim
Eu gosto de tudo, tudo o que traz você aqui
Eu gosto do nada, nada que te leve para longe
Eu amo a demora sempre que o nosso beijo é longo
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby, com você já, já
Mande um buquê de rosas, rosa ou salmão
Versos e beijos e o seu nome no cartão
Me leve café na cama amanhã
Eu finjo que eu não esperava
Gosto de fazer amor fora de hora
Lugares proibidos com você na estrada
Adoro surpresas sem datas
Chega mais cedo amor
Eu finjo que eu não esperava
Eu gosto da falta quando falta mais juízo em nós
E de telefone, se do outro lado é a sua voz
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby com você chegando já
Helena Elis
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