Cegos
Há dias que não sabemos nada: quem somos nem o que queremos.
Há dias que tudo parece estar errado.
Você do outro lado do rio grita por socorro e aparecem barcos prontos a te ajudar..., mas eles não o vêem. Ninguém te vê.
Sozinho.
Escuro.
Vazio.
Medo.
Medo.
Assim diria o poeta " É solitário andar por entre a gente/ É nunca contentar-se de contente"
Que coisa indigna é essa que nos atrapalha a vida? Insegurança? Covardia?
Honra!? Onde estão os homens amados e honrados?
Onde está a Verdade?
Verdade?
Deus?
Quem é Deus? Eis que te pergunto, dê-me razões, dê-me números.
Fale me de Deus.
É somente Deus que resta e nada mais.
Estou sozinho: eu e eu.
Esse contato próximo comigo me envolve de medo, de um certo pavor... inexplicável.
Medo de mim !
Eis o que sou: um covarde com medo da sombra. Ou será a sombra com medo de um covarde?
Dúvidas. Dúvidas. Dúvidas.
Pontos finais até a última gota de sangue . . .
O que é um ponto final?
O fim? Onde está o começo? O começo termina no fim ou o fim começa no começo?
Perguntas e mais perguntas e não me entendo.
Surrealismo total: viagem ao céu de Dali contemplando as estrelas simbólicas de Meireles, ó grande Cecília - heroína guerreira nessa sútil passagem de um lado para o outro...
Ela bem nos disse que temos um medo, medo de acabar. Mas eu pergunto: no fim ou no começo?
O que precisamos é de Liberté e da alma de Che Guevara, ou quem sabe de algum boêmio que tenha visto a Vida com olhos não pré-ensinados. Sim! Eles - aqueles comportados senhores de gravata e doutores da"vida", da guerra e do mundo - nos ensinam a ver a Vida - da forma mais errônea e ridícula que se possa ousar imaginar.
Miserables! Acabaram com nossos olhos. Estamos cegos, todos cegos.
Ninguém me vê e eu não vejo ninguém.
Estamos sozinhos.
Escuro.
Vazio.
Medo.
Medo.
Paula Cristina
fico imaginando você declamando isso, meio William Shakespeare, em Hamlet no "Ser ou não ser, eis a questão"
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