sábado, 30 de maio de 2009
sexta-feira, 29 de maio de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Nada acontece
Nada acontece
Eu vejo a luz acesa
a noite caindo
o céu murmurando
e nada
nada acontece
Eu vejo o vai-e-vem das pessoas
a televisão
a solidão das crianças
e nada
nada acontece
Eu vejo as notícias
os políticos
a descoberta do roubo
e nada
nada acontece
Eu vejo os grilhões
o ferro e a brasa
a dor maior do mundo
e nada
nada acontece
Eu vejo a internet
o orkut e seus recados
o desespero humano
e nada
nada acontece
Eu vejo as palavras
os discursos
a fraca tentativa
e nada
nada acontece
Eu vejo os homens
as cadeiras quebradas
a estúpida fuga
e nada
nada acontece
Eu vejo as mulheres
os vermelhos decotes
a grande insegurança
e nada
nada acontece
Eu vejo as meninas
saias e batom
a crua realidade
e nada
nada acontece
Eu vejo o horizonte
o sol e sua certeza
a esperança do amanhã
e nada
nada acontece
Paula Cristina
Eu vejo a luz acesa
a noite caindo
o céu murmurando
e nada
nada acontece
Eu vejo o vai-e-vem das pessoas
a televisão
a solidão das crianças
e nada
nada acontece
Eu vejo as notícias
os políticos
a descoberta do roubo
e nada
nada acontece
Eu vejo os grilhões
o ferro e a brasa
a dor maior do mundo
e nada
nada acontece
Eu vejo a internet
o orkut e seus recados
o desespero humano
e nada
nada acontece
Eu vejo as palavras
os discursos
a fraca tentativa
e nada
nada acontece
Eu vejo os homens
as cadeiras quebradas
a estúpida fuga
e nada
nada acontece
Eu vejo as mulheres
os vermelhos decotes
a grande insegurança
e nada
nada acontece
Eu vejo as meninas
saias e batom
a crua realidade
e nada
nada acontece
Eu vejo o horizonte
o sol e sua certeza
a esperança do amanhã
e nada
nada acontece
Paula Cristina
"a minha fome é do tamanho da minha dor"
Construirei para ti uma casa terrestre,
feita de pão e luz e música,
onde caibas apenas tu
e não haja espaço para os intrusos
João Melo
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Obra: Filhos da Pátria
Autor: João Melo
"(...), é demais, tio, eu não aguento, mi dá só cem, tio, estou com bué de fome, não, tio, não diz que não, tio, a minha garina foi embora, a minha fome é do tamanho da minha dor, eu tenho muita vontade de chorar mas ainda tenho uma kilunza na mão, tio, porra, não me provoques, você ouvistes bem, não me provoques, tio, mi dá só cem, mi dá só cem mesmo, tio"
terça-feira, 26 de maio de 2009
" Sem Título"
"Sem Título"
Hoje acordei querendo ser do avesso
Chorar o mais alto possível
Rir de mim mesma
Ter o prazer de dizer "não"
E lamentar pelo "sim"
Correr em busca de nada
Andar nua por aí
Cometer loucuras diversas
Fazer o que quero
E o quero é algo do avesso!
Meu Deus, como é bom estar louca!
Paula Cristina
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Nação Crioula
Nação Crioula (romance epistolar) é um dos belos romances de Agualusa. Conta a história de um amor secreto: Carlos Fradique Mendes e Ana Olimpia.
A leitura desta obra faz-se essencial na questão da sociedade escravocrata. Traz aos olhos do leitor o navio negreiro, a venda e compra de escravos e o status de possuí-los e ainda mais, a identidade de um povo, tão-nosso, que ficou esquecida...
A escravidão foi "apagada" do nosso passado...
A identidade foi perdida.
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O romance assim começa:
Carta a Madame de Jouarre
Luanda, Maio de 1868
Minha querida madrinha,
Desembarquei ontem em Luanda ás costas de dois marinheiros cabindanos. Atirado para a praia, molhado e humilhado, logo ali me assaltou o sentimento inquietante de que havia deixado para trás o próprio mundo. Respirei o ar quente e húmido, cheirando a frutas e a cana-de-acúçar, e pouco a pouco comecei a perceber um outro odor, mais subtil, melancólico, como o de um corpo em decomposição. É a este cheiro, creio, que todos os viajantes se referem quando falam de África.
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Trechos da obra
" (...) 'A vida de um escravo', disse me, 'é uma casa com muitas janelas e nenhuma porta. A vida de um homem livre é uma casa com muitas portas e nenhuma janela'.(...)"
(p.95)
" (...) Na terra dos hausa, disse-lhe a minha amiga, já ninguém se lembra de si. O velho encolheu os ombros: 'Não vou à procura dos outros', respondeu, 'vou à procura de mim' ".
(p.96)
terça-feira, 19 de maio de 2009
O Sagrado e O Profano
" (...) Divulgar é sempre profanar. Se o nosso amor é sagrado, e é sagrado, deve portanto permanecer secreto." (2001: 47)
Nação Crioula
José Eduardo Agualusa
Nação Crioula
José Eduardo Agualusa
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Poema "Decorei..."
Decorei...
Vi o mundo
Olhei seu caminho
Enxerguei sua vida
Compreendi sua atitude.
Amei sua inteligência
Brinquei com sua fala
Peguei sua mão
Caminhei ao seu lado.
Inaugurei sua manhã
Abri o seu dia
Fui seu amigo
Espantei sua tristeza.
Li seu poema
Populei seu ambiente
Preenchi seu espaço
Acelerei sua noite.
Aceitei seu carinho
Abracei sua meiguice
Chorei sua lágrima
Afaguei seu sentimento.
Admirei sua face
Analisei seu corpo
Vislumbrei sua beleza
Beijei sua boca.
Acertei seu peito
Roubei seu coração
Decorei sua alma
Entreguei... a minha.
Meier
Vi o mundo
Olhei seu caminho
Enxerguei sua vida
Compreendi sua atitude.
Amei sua inteligência
Brinquei com sua fala
Peguei sua mão
Caminhei ao seu lado.
Inaugurei sua manhã
Abri o seu dia
Fui seu amigo
Espantei sua tristeza.
Li seu poema
Populei seu ambiente
Preenchi seu espaço
Acelerei sua noite.
Aceitei seu carinho
Abracei sua meiguice
Chorei sua lágrima
Afaguei seu sentimento.
Admirei sua face
Analisei seu corpo
Vislumbrei sua beleza
Beijei sua boca.
Acertei seu peito
Roubei seu coração
Decorei sua alma
Entreguei... a minha.
Meier
sábado, 16 de maio de 2009
quinta-feira, 14 de maio de 2009
MULHER
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" Cuida-te quando fizeres chorar uma mulher,
pois Deus conta as suas lágrimas.
A mulher foi feita da costela do homem,
não dos pés para ser pisada,
nem da cabeça para ser superior,
mas sim do lado para ser igual,
debaixo do braço para ser protegida
e do lado do coração para ser amada."
debaixo do braço para ser protegida
e do lado do coração para ser amada."
Taimud - livro dos Rabinos
quarta-feira, 13 de maio de 2009
A PALAVRA FORTE
A Palavra Forte
Minhas palavras não são tão doces
Eu tenho uma conversa esquisita
Meu vinho não é tão suave
Eu tenho um gosto sutil
Minha maçã não é tão vermelha
Eu tenho uma cor discreta
Eu falo baixo
Coisas pequenas
Pra pouca gente
Mas procuro sempre...
Minhas palavras não são tão certas
Eu tenho uma certeza esquisita
Meus sentimentos não são comuns
Eu sinto coisas que mudam
Meu corpo não é tão real
Eu ando, eu ando,
Eu ando por outros mundos
Meus desejos não são simples
Eu sonho, eu sonho,
Eu sonho com o impossível
Eu falo baixo
Coisas pequenas
Pra pouca gente
Mas procuro sempre
A palavra forte!
Paula Toller/ George Israel
Minhas palavras não são tão doces
Eu tenho uma conversa esquisita
Meu vinho não é tão suave
Eu tenho um gosto sutil
Minha maçã não é tão vermelha
Eu tenho uma cor discreta
Eu falo baixo
Coisas pequenas
Pra pouca gente
Mas procuro sempre...
Minhas palavras não são tão certas
Eu tenho uma certeza esquisita
Meus sentimentos não são comuns
Eu sinto coisas que mudam
Meu corpo não é tão real
Eu ando, eu ando,
Eu ando por outros mundos
Meus desejos não são simples
Eu sonho, eu sonho,
Eu sonho com o impossível
Eu falo baixo
Coisas pequenas
Pra pouca gente
Mas procuro sempre
A palavra forte!
Paula Toller/ George Israel
Cantigas de Roda
A Barata diz que tem
A Barata diz que tem sete saias de filó
É mentira da barata, ela tem é uma só
Ah ra ra, iá ro ró, ela tem é uma só !
A Barata diz que tem um sapato de veludo
É mentira da barata, o pé dela é peludo
Ah ra ra, Iu ru ru, o pé dela é peludo !
A Barata diz que tem uma cama de marfim
É mentira da barata, ela tem é de capim
Ah ra ra, rim rim rim, ela tem é de capim
A Barata diz que tem um anel de formatura
É mentira da barata, ela tem é casca dura
Ah ra ra , iu ru ru, ela tem é casca dura
A Barata diz que tem o cabelo cacheado
É mentira da barata, ela tem coco raspado
Ah ra ra, ia ro ró, ela tem coco raspado
FONTE: http://www.alzirazulmira.com/cantigas.htm
A Barata diz que tem sete saias de filó
É mentira da barata, ela tem é uma só
Ah ra ra, iá ro ró, ela tem é uma só !
A Barata diz que tem um sapato de veludo
É mentira da barata, o pé dela é peludo
Ah ra ra, Iu ru ru, o pé dela é peludo !
A Barata diz que tem uma cama de marfim
É mentira da barata, ela tem é de capim
Ah ra ra, rim rim rim, ela tem é de capim
A Barata diz que tem um anel de formatura
É mentira da barata, ela tem é casca dura
Ah ra ra , iu ru ru, ela tem é casca dura
A Barata diz que tem o cabelo cacheado
É mentira da barata, ela tem coco raspado
Ah ra ra, ia ro ró, ela tem coco raspado
FONTE: http://www.alzirazulmira.com/cantigas.htm
terça-feira, 12 de maio de 2009
sábado, 9 de maio de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Brejeirinha e o "não-dito"
"Falou que aquela, ali, no rio, em frente, era a Ilhazinha dos Jacarés. - "Você já viu jacaré lá?" - caçoava Pele. - "Não. Mas você também nunca viu o jacaré não-estar-lá. Você vê a ilha, só. Então o jacaré pode estar ou não estar..." (2008: 171)
"A partida do audaz navegante". In: Primeiras Estórias. João Guimarães Rosa. Editora Nova Fronteira
quinta-feira, 7 de maio de 2009
quarta-feira, 6 de maio de 2009
www.culturapara.art.br
AS ÁRVORES BOTTICELLIANAS
William Carlos Williams
O alfabeto das
árvores
vai desmaiando na
canção das folhas
as hastes cortadas
das finas
letras que escreviam
inverno
e frio
foram iluminadas
com
pontas de verde
pela chuva e o sol -
As regras simples
e estritas dos ramos
retos
vão sendo alteradas
por ses de cor
pinçados, por cláusulas
devotas
os sorrisos de amor -
. . . . . . .
até as frases
desnudas
se moverem como braços
e pernas de mulher sob o tecido
e em sigilo o louvor
entoarem do desejo
e do império do amor
no estio -
No estio a canção
canta-se por si
acima das palavras surdas -
(tradução: José Paulo Paes)
Poeta fundamental numa tradição de gigantes, a poesia norte-americana, em que cada autor parece estar observando o mundo pela primeira vez e inventando a linguagem poética (...). Dentro desta tradição, William Carlos Williams se destaca por sua capacidade de transformar todo assunto ou objeto em matéria poética. Daí sua atenção toda peculiar ao fugaz e ao diminuto, ao aparentemente desimportante, enfim.
A poesia surge do mais inesperado solo... "Ele continua a arrebentar rochas e rachar poemas". (T.S. Eliot numa carta de fevereiro de 1959, aludindo a um de seu poemas mais conhecidos, "Uma espécie de canção".
http://www.culturapara.art.br/opoema/williamcarloswilliams/williamcarloswilliams.htm
William Carlos Williams
O alfabeto das
árvores
vai desmaiando na
canção das folhas
as hastes cortadas
das finas
letras que escreviam
inverno
e frio
foram iluminadas
com
pontas de verde
pela chuva e o sol -
As regras simples
e estritas dos ramos
retos
vão sendo alteradas
por ses de cor
pinçados, por cláusulas
devotas
os sorrisos de amor -
. . . . . . .
até as frases
desnudas
se moverem como braços
e pernas de mulher sob o tecido
e em sigilo o louvor
entoarem do desejo
e do império do amor
no estio -
No estio a canção
canta-se por si
acima das palavras surdas -
(tradução: José Paulo Paes)
Poeta fundamental numa tradição de gigantes, a poesia norte-americana, em que cada autor parece estar observando o mundo pela primeira vez e inventando a linguagem poética (...). Dentro desta tradição, William Carlos Williams se destaca por sua capacidade de transformar todo assunto ou objeto em matéria poética. Daí sua atenção toda peculiar ao fugaz e ao diminuto, ao aparentemente desimportante, enfim.
A poesia surge do mais inesperado solo... "Ele continua a arrebentar rochas e rachar poemas". (T.S. Eliot numa carta de fevereiro de 1959, aludindo a um de seu poemas mais conhecidos, "Uma espécie de canção".
http://www.culturapara.art.br/opoema/williamcarloswilliams/williamcarloswilliams.htm
sexta-feira, 1 de maio de 2009
As sete maravilhas do mundo
As sete maravilhas do mundo
E ela estava com vergonha de dizê-las
Um grupo de estudantes estudava as sete maravilhas do mundo. No final da aula, foi pedido aos estudantes que fizessem uma lista do que consideravam as sete maravilhas. Embora houvesse algum desacordo, começaram os votos:
E ela estava com vergonha de dizê-las
Um grupo de estudantes estudava as sete maravilhas do mundo. No final da aula, foi pedido aos estudantes que fizessem uma lista do que consideravam as sete maravilhas. Embora houvesse algum desacordo, começaram os votos:
1) O Taj Mahal
2) A Muralha da China
3) O Canal do Panamá
4) As pirâmides do Egito
5) O Grand Canyon
6) O Empire State Building
7) A Basília de São Pedro
Ao recolher os votos, o professor notou uma estudante muito quieta. A menina não tinha virado sua folha ainda. O professor então perguntou a ela se tinha problemas com sua lista. A menina quieta respondeu:
- Sim, um pouco. Eu não consigo fazer a lista, porque são muitos.
O professor disse:
- Bem, diga-nos o que você já tem e talvez nós possamos ajudá-la.
A menina hesitou, então leu:
- Eu penso que as sete maravilhas do mundo sejam:
1 - Ver
2 - Ouvir
3 - Tocar
4 - Provar
5 - Sentir
6 - Rir
7 - E amar ...
A sala então ficou completamente em silêncio...
(autor desconhecido)
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