segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Boneca de pano é gente...


Bom dia!

Para dizer olá:
Para dizer oi:
Para dizer bom dia:
Para dizer boa segunda-feira:


- Vamos, menina! Há muito o que fazer!
- Tô indo já...
- Você consegue!
- Sim, eu consigo! Diga ao mundo que SIM!

sábado, 26 de setembro de 2009

Haikai V

Mãos unidas, mãos de força
Venha, vamos de mãos dadas
Sereno e sincero
-------------------------------------------------------
Paula Cristina

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara" (José Saramago)
Ensaio sobre a cegueira.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Eu te amo!

In time, I'll belong to you
That's how it's meant to be
And how it's always been

The next time around (Little Joy)

One too many goals
That measure out your worth
To seek your weight in gold

Sat by the ivory sill
The further out you look
The further out you'll be

It's not enough to set the terms
If nothing ventured, nothing earned
Though odds are set against

In time, I'll belong to you
It's how it's meant to be

Settled on your own
Sweeping dust from stones
With a letter home

Back where the hour's long
The simplest things invite a thrill
If just by noticing at will

It's not enough to set the terms
If nothing ventured, nothing earned
It's how it's always been

E onde a sorte há de te levar
Saiba, o caminho é o fim, mais que chegar
E queira o dia ser gentil
À tua mão aberta pra quem é

In time, I'll belong to you
That's how it's meant to be
And how it's always been

Música: http://letras.terra.com.br/little-joy/1373779/#traducao

L´essentiel est invisible pour les yeux

O que são erros? O que são acertos? Ou o que são experiências na vida de uma pessoa?
Experiência é experiência ou pode vir a ser um erro?
Não sei.

O passado é algo que me perturba: nunca ficamos livres de nós mesmos, dos nosso pensamentos tidos e, por vezes, mantidos.
Isso me inquieta, me assusta: o não olhar para frente, mas sim o olhar para trás.

Resolver as situações, conclui-las é temeroso... é preciso guardá-las realmente numa gaveta oculta no armário do passado longíquo e distante.

Mas o que é uma pessoa sem passado?

- Nada. Não é nada.

Mas o que é uma pessoa sem presente?

- Nada. Não é nada.

Mas o que é uma pessoa sem fututo?

- Nada. Não é nada.

Afinal, o que é viver? Viver de quê maneira? Quais pensamentos devem ser mantidos?

Minha mente é incontrolável, absoluta luta contra mim mesma. Não quero pensar! Não quero me preocupar! Eis que surge aquela gota de sangue que envenena minha alma e mortifica o meu ser.

Não saber ser, não saber controlar os passos, desatar os nós e os laços.Não saber...

O que somente aceito (talvez, é possível que eu esteja me enganando) é que l´essentiel est invisible pour les yeux, e aprendi a sim mesmo em outra língua, não na minha.

A ferro, fogo e feridas, lágrimas, devaneios e ilusões.

Iludi-me com o mundo, com as pessoas. Eu quis! Na tentativa patética de mudança, de apagar-me a mim mesma. Sofri.
Percebi, então, o que era essencial para mim, que fazia parte da minha vida...
Era algo que eu estava abandonando, ferindo, maculando.
E por quê?
Não sei. Sofro com a falta de discernimento que tive... quero limitar-me a não pensar sobre esses erros. Mas são experiências ou erros?

No meu ponto de vista filosófico, experiência.
No meu ponto de vista, erro.

Erro.

O que é a vã filosofia?
Pessoas cheias de palavras e postulações, títulos e méritos, pensamentos contra o senso comum e palavras palavras palavras alavras vras as.

Palavras!
Meu Deus! O que são palavras?

O certo é que l´essentiel est invisible pour les yeux, portanto essas palavras são inúteis para você que as lê, e inúteis para eu que escrevo, olhando-do as, mas úteis ao que é sensível, ao que me constitui, apenas se fechar os olhos... é preciso ver avec le coeur... avec le couer...

E percebi o quanto eu estava perdida e confusa ou confusa e perdida, enfim!

Hoje, não quero que o passado me assombre, destrua minha morada, mas ele ronda, ronda, com um inimigo prestes a matar-te.
Ele corta o meu ar, meu deixa neurótica, triste, rouba meus sentidos e já... já quase não vejo. Ele me guia com seus passos almadiçoados, levando me ao passado.

Não quero!

A minha vida limpa, simples, amável.

Não quero o passado!

Não quero que ele me persiga, não quero lembrar de meus erros, não quero ver as lágrimas, não quero ver os meus... os meus... os meus passos. Por que andei ali?

Fuja! Fuja pensamento. Vá embora, não me inquiete!

Como faço para resolver esta questão? Não quero que lembre, não quero lembrar, não quero, não quero.
Foi um erro, um doce amargo erro.
Doce pela aventura.
Amargo pelo sofrimento.

Sofrimento...

Não me perturbe! Não me faça lembrar... não toque no assunto. Esqueça! Imploro que esqueça... a vida está tão suave, tão leve leve, não me faça voltar, uma faca corta o meu peito: o sofrimento alheio corta-me ao meio, sinto-me não sei, sinto-me morta.

Olhe para o presente.
Olhe para o fututo.

Não me leves àquele cemitério das cinzas
mais cinzas do que qualquer outra cor.
Não me leve ao fundo do poço.
Não me faça ser o que fui e mais um pouco.
Torne-me uma pessoa e não um monstro.

Seja gentil, seja leve, tenha encanto.
Não chore
Não me faça chorar
A nuvem de ressentimentos é tanto?

Só posso dizer para que ouça na sua alma. Feche os olhos e escute como o canto mais belo que possa ousar imaginar:
L´essentiel est invisible pour les yeux.

Não veja, não retorne ao passado, não me leves consigo.
A dor já é tamanha que quase não posso dizer.
Não escute os seus maus pensamentos...
Não veja com os olhos.


Avec le coeur, car l´essentiel est invisible pour les yeux.


Paula Cristina

Não te aflijas...

Quarto Motivo da Rosa

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.

Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.

E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

Cecília Meireles

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sombras do passado

Ele tem uma incógnita na vida dele e ela percorre todo o seu caminho. Eu tenho uma incógnita na minha vida e ela me angustia, me inquieta.
Sombras de passado oriundas do inferno circulante da vida perpendicular de cada um.

Cuidar de resolver, ninguém resolve não. Algo agarratado feito botão em camisa. Feito prego no coração. E não estamos livres. Não estamos livres. Limitar-se a enganar a si próprio não é a solução: há uma incógnita na vida dele, há uma incógnita na minha vida.
Sombras de passado oriundas do inferno circulante da vida perpendicular de cada um.

Esquecer o presente, viver o passado: é o lema do dia. Incógnitas frias. Incógnitas malditas.

Sombras podres de um quase fruto mal acabado, de um quase nada ou um quase tudo - depende do que se imagina ou se tem por incógnita, mas sempre sombras, rastros de um vento agourento, destruidor de moradas e pensamentos.

Ações são pensamentos. Pensamentos são palavras. Palavras são ações. Se tudo for do passado, não existe nada, nada é concreto, nada é real, é tudo esboço, estrago, um quase arrumado torto.

Sombras de passado oriundas do inferno circulante da vida perpendicular de cada um:
Ele tem uma incógnita.


Paula Cristina

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Pois é!

ORAÇÃO DA SERENIDADE


Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária
para aceitar as coisas que não podemos modificar,
coragem para modificar aquelas que podemos e
sabedoria para distinguir umas das outras.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

!!!

adoro te dorotéia
te adoro teodora

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O que é a loucura?

Enquanto todos não se importam, eu me importo.
A loucura é a sanidade de poucos...
Paula Cristina

Queijo e Goiabada



Feito assim
Queijo
Goiabada
Ou
Goiabada
Queijo

Um salgado, outro doce.
Par feito
Por uns instantes

O sal não faz parte da goiabada
O açúcar não faz parte do queijo

E aí?

Paula Cristina

domingo, 13 de setembro de 2009

Presente de aniversário:

Busque sempre a Luz!

Eu e mim, ou mim e eu.

Eu estou em mim?
Mim mora em eu?
Eu mim mora aqui?
Aqui mim mora com eu?
Eu e mim
Mim e eu

Não sei.
Não sei se sou mais eu.
Não sei se sou mais mim.
Sei que fico
mim
eu
eu
mim

Mim não sabe nada de eu
Eu não sei nada de mim

Dupla perdida
Margens da vida.

Não sei.
Não sei se penso como eu.
Não sei se penso como mim.

Mim e eu são revoltosos.
Eu e mim são diabólicos.

Pacto compactante
de loucura e sanidade.
Deus o rio?
O Diabo a canoa?

Entre eu e mim há uma vastidão de mundos
obscuros secretos inquietos intolerantes
Entre mim e eu há uma vastidão de mundos
intolerantes inquietos secretos obscuros

Espelho maldito
Desgraça da duplicidade
Quero ser eu!
ou
Quero ser mim!

Mim está aqui fora ou dentro
Eu estou dentro ou aqui fora

Dor
Dor de cabeça insensata
Dor de estômago apodrecido
Cáucaso da alma
Abutre do infinito

- Acorrentem! Acorrentem!

Eu? Mim? Mim? Eu?
Ambos anjos caiados e caídos
Mornos de sangue adormecido

Paula Cristina

Meu Deus, o que é o homem?

O homem
O que é o homem
um monte de lixo
um monte de coisas
tralhas e trapos
fiapos quaisquer

soberba arruinada
futuro sem fim
causa errada
desespero ruim

lamentações enganosas
vaidade e loucura

O homem
O que é o homem
um monte de lixo
um monte de coisas

gente isolada
abismo de mim
egoísmo de outrora
riquezas enfim

vaidade e loucura
lamentações enganosas

O homem
o que é o homem

dor sem dizer
digo que sim
beleza inválida
cálido jasmin

lamentações e loucuras
enganosas vaidades

O homem

Meu Deus, o que é o homem?


Paula Cristina

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O Cão sem Plumas

Na paisagem do rio
difícil é saber
onde começa o rio;
onde a lama
começa do rio;
onde a terra
começa da lama;
onde o homem,
onde a pele
começa da lama;
onde começa o homem
naquele homem.

João Cabral de Melo Neto

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Haikai IV




A generosidade dos pobres comove, emociona.
Simples atitude
Demonstração da Vida.
Paula Cristina

sábado, 5 de setembro de 2009

L´Amant (Marguerite Duras)


"... dit que c´etait comme avant,

qu´il aimait encore,

qu´il ne pourrait jamais cesser de l´aimer,

qu´il aimerait jusqu´a sa mort."


sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Dor de cabeça

Dor de cabeça

Centenas de pernas bambas,
e desesperadas,
sem muita esperança;
misturam-se nos quarteirões
em busca do que vai pro ralo.
Quanto tempo nos resta,
para vermos a maravilha
dessa cidade maravilhosa?
Dar-me alguma coisa para
dor de cabeça!
Meçam a minha pressão!
Tragam-me um antídoto,
Contra mordida de fila!
Quanto tempo eu tenho?
Ah o tempo!
E essa febre me levando
ao estacionamento do resgate?

Setembro de 2009
José Alfredo (Zeca)

Lâmpadas e inteligências


As lâmpadas servem para iluminar. Para isso, são dotadas de potências de iluminação diferentes.
Há lâmpadas de 60 watts, de 100 watts, de 150 watts... Esse número em watts diz o poder de iluminação da lâmpada.
Também as inteligências servem para iluminar.
Nos gibis, o desenhista, para dizer que um personagem teve uma boa ideia, desenha uma lâmpada acesa sobre a sua cabeça.
As inteligências, à semelhança das lâmpadas, também têm potências de iluminação diferentes.
Os homens inventaram testes para medir a “wattagem” das inteligências.
Ao poder de iluminação das inteligências deram o nome de “QI”, coeficiente de inteligência.
As inteligências não são iguais. Pessoas a quem os testes inventados pelos homens atribuíram um QI 200, têm um poder muito grande para iluminar.
Alguns, para se gabar, chegam a mostrar sua carteirinha, dizendo que sua inteligência tem uma “wattagem” alta.
Mas, nós não olhamos para as lâmpadas. As lâmpadas não são para serem vistas. As lâmpadas valem pelas cenas que iluminam e não pelo brilho.
Olhar diretamente para a lâmpada ofusca a visão.
Há inteligências de “wattagem” 200 que só iluminam esgotos e cemitérios. E há inteligências modestas, como se fossem nada mais do que a chama de uma vela, que iluminam sorrisos.
Uma lâmpada não tem vontade própria. Ela ilumina o objeto que o seu dono escolhe para ser iluminado.
A inteligência, como as lâmpadas, não tem vontade própria. Ela ilumina os objetos que o coração do seu dono determina que sejam iluminados.
A inteligência de quem ama dinheiro ilumina dinheiro, a inteligência dos criminosos ilumina o crime, a inteligência dos artistas ilumina a beleza.
A inteligência é mandada. Só lhe compete obedecer.


Rubem Alves

terça-feira, 1 de setembro de 2009