sexta-feira, 16 de julho de 2010

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Frágil

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É difícil ser humano. E ter de chorar. É difícil convencer-se de que não há ponto final e que nada que faça vai mudar o que fora feito antes. Que a fragilidade nos alcança. E nos corta punhos e corações. E nos deixa amendrontado. Frágil. Sem muro de arrimo nenhum. Sem certeza das palavras. Sem certeza dos pensamentos. Pré-julgamentos voláteis. Pré-vida.
A única certeza é de que não há certezas.
E o mundo nos consome. Nos torce. Nos enrola. Nos amassa. Nos derruba. Nos mata. Em nós mesmo a sede de morte de um dia inseguro derrubado pelo sono ininterrupto, mas leve e sem sonhos. A morte de um ser frágil é um pedaço de pequenez. É um cisco. É um nada. Ações mal compreendidas ou mal feitas ou mal acabadas ou mal pensadas ou mal agidas ou más. Maldade, fragilidade do homem. Tanto e nada. Frágil.
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PAULA CRISTINA