quinta-feira, 24 de maio de 2012

Dê-me sua mão

E tudo como costumeiro continua a andar.
Dê-me sua mão.
Penso estar em um cubo cuja saída não há.
É tridimensional.
Dê-me sua mão.
E já não sei mais pensar.
Dê-me sua mão.
A vida robótica indica a perda da subjetividade.
Dê-me sua mão.
A única coisa que sei desejar.

Paula Cristina

sábado, 19 de maio de 2012

Não achar sonhos besteira

"Ser capitã desse mundo
Poder rodar sem fronteiras
Viver um ano em segundos
Não achar sonhos besteira"


Fragmento da música "Shimabalaiê", por Maria Gadú

Eu só vou gostar de quem gosta de mim

http://www.youtube.com/watch?v=Hfo6glc7o5c

A Roupa nova do poeta

"Laurindo Rebelo (1826-1864) é considerado um dos grandes poetas românticos brasileiros. Natural do Rio de Janeiro, tinha um grande talento satírico, além de ser mestre no improviso. Muito querido por onde passava, também era conhecido como Poeta Lagartixa - dizem que por causa da magreza e por ser desengonçado. Em certa ocasião, durante a organização de uma festa, alguém sugeriu que o poeta fosse convidado. Uma pessoa da família foi contra: 'Agora não é possível. A roupa dele está num estado deplorável'. E a festa acabou acontecendo sem o costumeiro show do Laurindo. Tempos depois, quando o poeta já havia providenciado uma roupa nova, foi convidado para outra festa da mesma família. Durante a festa, a família já estava preocupada com o atraso do ilustre convidado quando alguém chegou à porta. Era um carregador, que trazia um embrulho com um bilhete: 'Aí vai o Laurindo!'. No pacote, uma roupa nova."
Em Superstição do Brasil, de Câmara Cascudo.

Revista de História da Biblioteca Nacional ano7 nº 73 Outubro 2011  - página 85.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

...


Surpresa

Não devemos dizer nunca que não poderemos ser surpreendidos por alguém ou por alguma coisa.
Quanto o minuto desgasta, a surpresa aparece. Repentina, imponente, rainha de si e de seus mistérios.
E um desapontamento acomete o nosso ser.
Seremos tolos a ponto de sermos enganados por nós mesmos?
Nossos pensamentos ingênuos e infantis?


Paula, Paula Cristina ou Paula Corrêa?

Letras e Poesias, retorno.


Eis que o retorno é ornado de palavras ávidas, sussurrantes.
Letras e Poesias que se unem,
configuram,
desfiguram,
procurando novos sabores,
novas caras,
novos leitores.

Paula Cristina