quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Palavras

palavras
o que significam
o que querem dizer
até onde querem ferir

palavra doída
"talher não se mexe"

corta-se alma
caem as gotas
é isso

quarta-feira, 22 de julho de 2015

t e m p o . . .

Seiscentos e Sessenta e Seis
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre, sempre em frente…
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Mario Quintana

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Poesia






Procura da Poesia



Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.
O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.
Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
Carlos Drummond de Andrade

O que vamos fazer nascer?


n a t a l

Do Latim NATIVITAS, “nascimento”, de NATIVUS, “nascido”, de NATUS, “produzido pelo nascimento”, de NAQUI, “nascer”, de GIGNERE, “gerar”.




Nunca fez tanto sentido...

... a pedra



No Meio do Caminho


Carlos Drummond de Andrade

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.

sábado, 15 de março de 2014

Relicário

O que está acontecendo?
O mundo está ao contrário e ninguém reparou


Nando Reis

Capital Inicial - Acústico

Tudo que vai




Tudo que vai
Deixa o gosto, deixa as fotos
Quanto tempo faz
Deixa os dedos, deixa a memória
Eu nem me lembro mais
Fica o gosto, ficam as fotos
Quanto tempo faz
Ficam os dedos, fica a memória
Eu nem me lembro mais


Capital Inicial

Coexistência

ser uma pessoa
essa troca
essa expectativa
esse outro ser que não conheço
que retorna
e repenso

repenso
escrevo
existo

existo?
só sei que escrevo
pelo outro
para o outro


porque eu sou, senão a parte, mas o outro.

Paula Cristina Corrêa Francisco

2014: Recomeçando...

Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois

Cabe até o meu amor
Essa é a última oração pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa



Oração - A Banda mais bonita da cidade

terça-feira, 21 de maio de 2013

Motivos

Tento não escrever quando estou frustrada, triste, inconsolável, mas as palavras não resistem ao toque do sofrimento. Necessitam sair, escapam, pulam, querem ser notadas. Pois assim que seja.
Motivos. Não me dê motivos. Não me dê motivos para ir embora de mim mesma e transformar-me em um amontoado de palavras e pensamentos vãos que vão e voltam e assombram a mim mesma; logo eu que os produzi: não os quero, mas são irresistíveis. Tem sabor de sofrimento e adoro ver-me em chamas.
O calor da fúria me consola e desconsola. Habitual paradoxo dos que não querem sofrer e sofrem.
Entre o querer e não querer. Assim se faz esta meada de fios que se entrelaçam e laçam os meus sentimentos e esvaem-se em letras.
Tanta coisa em se buscar e acabar por perder-se. Insanidade que permeia os homens. Loucura que faz de nós homens, tolos de guerra, crianças estúpidas e patéticas.

Paula Cristina

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Em construção...


O operário em construção

Vinicius de Moraes

E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo:
- Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
E Jesus, respondendo, disse-lhe:
- Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.
Lucas, cap. V, vs. 5-8.
 

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão -
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Exercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:

Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
- "Convençam-no" do contrário -
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

- Loucura! - gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.

Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Novo?

Por que temos a ligeira impressão de que mudar algarismos significa mudar de vida? Se a mudança depende de atitudes e atitudes nada têm a ver com números, então, por quê esperamos a troca de ano para tomar iniciativas? Será algo "psicológico"? Sendo ou não é um bom momento para rever metas e objetivos: o que foi alcançado, o que precisa melhorar, enfim, esse tipo de autoestima que damos a nós próprios. Não é ruim, só deveria acontecer constantemente e não apenas entre 31 e 01. Simples, assim. Mas, como todo bom humano acomodado em sua vida particular, deixamos as mudanças, as expectativas, os sonhos, os amores, tudo. Tudo para o próximo ano.
Pensemos...


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

domingo, 4 de novembro de 2012

O Guardador de Rebanhos

II


O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo…
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender…
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar…



Fernando Pessoa

Consequente



por Alfredo Rossetti


não sei de onde eu vim

e para onde vou me inquieta

vivo entre a lógica e a loucura


daí, poeta.

Soneto 003

003
Camões

Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar me, e novas esquivanças;
que não pode tirar me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças, andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.

Felicidade Clandestina

 "(...) Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra."


Clarice Lispector

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

15 de Outubro - Dia dos Professores


Aqui neste lugar





Sérgio Britto e Negra LI
Ninguém sabe
Quanto cabe pedir
E alguém sabe
Quanto cabe dar
Ninguém sabe
Quando cabe ouvir
E alguém sabe
Quando cabe falar
Meu amor
Será que eu posso perguntar
Quanto amor
Ainda cabe nesse seu olhar
Nós temos um ao outro, o mundo é muito pouco
Temos um ao outro e a noite para inventar
Nós temos um ao outro, o mundo é muito pouco
Temos um ao outro e o dia pode esperar
Ninguém sabe
Quanto cabe insistir
E alguém sabe
O que cabe aceitar
Ninguém sabe
Quando admitir
E alguém sabe
O que cabe negar
Meu amor
Será que eu sei adivinhar
Quanto amor
Ainda cabe aqui neste lugar
Nós temos um ao outro, o mundo é muito pouco
Temos um ao outro e a noite para inventar
Nós temos um ao outro, o mundo é muito pouco
Temos um ao outro e o dia pode esperar

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

meus deus a vida está passando

meu deus a vida está passando e as coisas vão acontecendo e tudo é uma grande loucura e nesse mar efervescente de milhões de tarefas e milhões de dias e datas acontece o pior e você se descabela e você já não quer entender e quer mandar todos pro inferno é tudo é uma grande alegoria da qual você é o ornamento mais importante e há tanto ruído e gritos que você quer fugir desse emaranhado de ilusões e desespero mas você se desespera o dia é um lixo a única esperança é dormir e acordar com outra vida.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Dê-me sua mão

E tudo como costumeiro continua a andar.
Dê-me sua mão.
Penso estar em um cubo cuja saída não há.
É tridimensional.
Dê-me sua mão.
E já não sei mais pensar.
Dê-me sua mão.
A vida robótica indica a perda da subjetividade.
Dê-me sua mão.
A única coisa que sei desejar.

Paula Cristina

sábado, 19 de maio de 2012

Não achar sonhos besteira

"Ser capitã desse mundo
Poder rodar sem fronteiras
Viver um ano em segundos
Não achar sonhos besteira"


Fragmento da música "Shimabalaiê", por Maria Gadú

Eu só vou gostar de quem gosta de mim

http://www.youtube.com/watch?v=Hfo6glc7o5c

A Roupa nova do poeta

"Laurindo Rebelo (1826-1864) é considerado um dos grandes poetas românticos brasileiros. Natural do Rio de Janeiro, tinha um grande talento satírico, além de ser mestre no improviso. Muito querido por onde passava, também era conhecido como Poeta Lagartixa - dizem que por causa da magreza e por ser desengonçado. Em certa ocasião, durante a organização de uma festa, alguém sugeriu que o poeta fosse convidado. Uma pessoa da família foi contra: 'Agora não é possível. A roupa dele está num estado deplorável'. E a festa acabou acontecendo sem o costumeiro show do Laurindo. Tempos depois, quando o poeta já havia providenciado uma roupa nova, foi convidado para outra festa da mesma família. Durante a festa, a família já estava preocupada com o atraso do ilustre convidado quando alguém chegou à porta. Era um carregador, que trazia um embrulho com um bilhete: 'Aí vai o Laurindo!'. No pacote, uma roupa nova."
Em Superstição do Brasil, de Câmara Cascudo.

Revista de História da Biblioteca Nacional ano7 nº 73 Outubro 2011  - página 85.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

...


Surpresa

Não devemos dizer nunca que não poderemos ser surpreendidos por alguém ou por alguma coisa.
Quanto o minuto desgasta, a surpresa aparece. Repentina, imponente, rainha de si e de seus mistérios.
E um desapontamento acomete o nosso ser.
Seremos tolos a ponto de sermos enganados por nós mesmos?
Nossos pensamentos ingênuos e infantis?


Paula, Paula Cristina ou Paula Corrêa?

Letras e Poesias, retorno.


Eis que o retorno é ornado de palavras ávidas, sussurrantes.
Letras e Poesias que se unem,
configuram,
desfiguram,
procurando novos sabores,
novas caras,
novos leitores.

Paula Cristina

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Pensamento

"O não fazer e o não poder fazer, essa inercia que nos torna repugnantes, reforça o lado sombrio e horrível do que vulgarmente se chama humano."

Paula

sábado, 3 de dezembro de 2011

sábado, 12 de novembro de 2011

Retrospectiva

Porque a vida é feita de proibições,
eu não compus todas as canções,
não percebi a brisa suspirar,
eu esqueci cantigas de ninar,
dei chances demais à voz dos credos,
não rompi de vez todos os medos,
roubei do tempo um tanto de carinho,
não vi a flor amar o passarinho,
perdi o trem na curva da vertente
e não deixei o mel melar completamente.

Porque a vida é feita de proibições,
larguei o fio, soltaram-se os balões,
deixei que o pião revirasse sozinho,
mandei que o zangão se zangasse baixinho,
desprezei a bruma que baixou o véu,
permiti à palavra dormir no papel,
evitei o desvio que atravessa a estrada,
não quis o desafio da ronda embriagada,
não li o poema do poeta maldito
e não tive o dilema do beijo infinito.

Porque ainda há tempo para o encantamento,
quebre-se o vidro do sermão absoluto,
rompa-se a teia, reveja-se o estatuto,
que a primavera quer amar o chão de vento.

Flora Figueiredo, Chão de Vento

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Mundo à distância

Tudo parece-me hoje à distância:

Compras à distância.

Boletos à distância.

Educação à distância.

Pessoas à distância.

Sentimentos à distância.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Oração

Oração
A Banda Mais Bonita da Cidade

Meu amor essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa

Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois

Cabe até o meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa

Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois

Cabe até o meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa

Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe essa oração

domingo, 14 de agosto de 2011

tempo de vida

tudo que nasce morre
tudo que morre nasce?

relógio da vida
suas horas
seu destino
seu legado
finito

vida e tempo
dicotomias errantes
sem prévia
nem aviso


Paula Cristina

sábado, 6 de agosto de 2011

Insensatez

Música: Fernanda Takai
Composição: Tom Jobim / Vinícius de Moraes


Ah, insensatez que você fez
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor
O seu amor
Um amor tão delicado
Ah, por que você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah, meu coração, quem nunca amou
Não merece ser amado

Vai meu coração ouve a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Vai, meu coração, pede perdão
Perdão apaixonado
Vai, porque quem não pede perdão
Não é nunca perdoado

sábado, 28 de maio de 2011

O valor do homem

"(...) o verdadeiro valor do homem não está no que 'ele possui',
mas sim no que 'ele é'.
Você precisa situar o seu ideal da vida 'naquilo que deseja ser',
e não 'naquilo que deseja possuir'."

O Livro dos Jovens

Simples

Amizade

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Quando

Quando eu quis me aproximar
Você fingiu que não me via
Quando eu fui me declarar
Você fugiu para outra esquina
E quando eu quis parar você
E quando eu fui te convencer...

Quando a minha mão firmou
Você sorriu... eu trepidava
Quando o furacão passou
A tua boca é que ventava
Se eu parasse o tempo ali
E eu não tivesse mais que ir

Você me acompanhava
E me daria a mão?
Na sua calmaria
Eu ia ser vulcão...
E quando o sol se for
E o frio me tocar
É com você que eu vou estar

Myllena e Banda

terça-feira, 29 de março de 2011

Quando eu acreditava

Quando eu acreditava
Que havia chegado o mais alto
Tocado o céu!
Precisei conhece-la
Para saber
Que as estrelas eram mais altas!
Descobri que minha vida ainda não tinha significado
No momento que avistei seu olhar!
O mundo não possuia beleza
Até ter visto seu sorriso!
Guiando meus caminhos
Conduzindo minha vida!
Disciplinando meus horários
Iluminando minha existência!

Meier Frangiotti Cesca

Bons marinheiros

"mares fracos não fazem bons marinheiros"

domingo, 27 de março de 2011

Canção do Lobo

Você me disse que eu sou petulante, né?
acho que sou sim, viu?
como a água que desce a cachoeira
e não pergunta se pode passar
você me disse que meu olho é duro como faca
acho que é sim, viu?
como é duro o tronco da mangueira
onde você precisa encostar
você me disse que eu destruo sempre
a sua mais romântica ilusão
e destruo sempre com minha palavra
o que me incomodou
acho que é sim
como fere e faz barulho o bicho que se machucou
como fere e faz barulho o bicho que se machucou

Oswaldo Montenegro

terça-feira, 22 de março de 2011

hoje já é terça

hoje já é terça já é março e novamente sem ritmo num ritmo mais do que acelerado sem compromissos sem brilho numa máquina de fazer gente para esmiuçar ideias e ter a nevoada sensação de estar vivendo sem vida.
Paula Cristina

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Gentileza

Gentileza gera gentileza, já dizia o grande profeta.
Doces gestos e mínimas ações fazem de nós mais humanos,
mais vivos, mais gentís.



Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca

(Marisa Monte, em lembrança ao profeta Gentileza)



quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Burguesinha

Vai no cabeleireiro
No esteticista
Malha o dia inteiro
Pinta de artista

Saca dinheiro
Vai de motorista
Com seu carro esporte
Vai zoar na pista

Final de semana
Na casa de praia
Só gastando grana
Na maior gandaia

Vai pra balada
Dança bate estaca
Com a sua tribo
Até de madrugada

Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Só no filé
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Tem o que quer
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Do croissant
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Suquinho de maçã

Seu Jorge

Pessoas

Sem tempo de ph vivendo em f

a verdade é que o mundo anda sem pontuação e sem ritmo enquanto a vida está em ph o mundo vai além do f sem tempo de esmiuçar a sonoridade alheia ou própria tenta-se num ato último trazer o f para a vida e não acontece o esperado o ph é descanso é vida natural o outro já é superdotado não precisa de tempo sem tempo de viver o ph a vida transforma-se na busca incansável pela loucura humana de viver sem tempo para saborear pronunciar sentir apalpar cheirar sem tempo de ph vivendo em f


Paula Cristina

sábado, 4 de dezembro de 2010

Roda Viva

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...

A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...

A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...

No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

Chico Buarque

Capitalismo: Chegou o Natal!


Mês do consumismo, dos abraços não fraternos, das inimizades deixadas de lado (por um mês, é claro!)

Dias e dias. Compras e compras alucinadas e desmedidas.

Ho ho ho, chegou o Natal!


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

E, então?

QUEM é VOCÊ ?

Perguntas III


Perguntas II


Perguntas I


Cruel

cruel
você
mente
empobrece o mundo
o desfaz
o torna e retorna
fugaz

cruel
labirinto de hipocrisia
lixo humano
resto de uma burguesia

cruel
sem piedade
você

você
sem piedade
cruel


Paula Cristina

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Gentileza



Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca

Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza

Por isso eu pergunto
À você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria

O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o Profeta



Marisa Monte

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

sábado, 2 de outubro de 2010

BOM DIA


O Guardador de Rebanhos

II

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo…
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender…
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar…



Fernando Pessoa

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Os livros que ler e as pessoas de quem se aproximar...

Como disse o pensador Charles Jones:
"Daqui a cinco anos você estará bem próximo de ser
a mesma pessoa que é hoje,
exceto por duas coisas: os livros que ler e as pessoas de quem se aproximar".

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Meninos e Meninas

Meninos E Meninas
Legião Urbana
Composição: Renato Russo, Dado Villa-Lobos/Renato Russo, Marcelo Bonfá

Quero me encontrar, mas não sei onde estou
Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita
Tenho quase certeza que eu não sou daqui

domingo, 8 de agosto de 2010

Simplesmente



Canteiros


Canteiros
Fagner




Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade

Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento

Pode ser até manhã
Sendo claro, feito o dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria

Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza ...
E deixemos de coisa, cuidemos da vida
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração.


Os meus olhos têm a fome do horizonte...



Dezembros
Zeca Baleiro

Nunca mais a natureza da manhã
E a beleza no artifício da cidade
Num edifício sem janela
Desenhei os olhos dela
Entre vestígios de bala
E a luz da televisão

Os meus olhos têm a fome Do horizonte
Sua face é um espelho Sem promessa
Por dezembros atravesso
Oceanos e desertos
Vendo a morte assim tão perto
Minha vida em suas mãos

O trem se vai

Na noite sem estrelas
E o dia vem
Nem eu nem trem nem ela

sexta-feira, 16 de julho de 2010

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Frágil

______________
É difícil ser humano. E ter de chorar. É difícil convencer-se de que não há ponto final e que nada que faça vai mudar o que fora feito antes. Que a fragilidade nos alcança. E nos corta punhos e corações. E nos deixa amendrontado. Frágil. Sem muro de arrimo nenhum. Sem certeza das palavras. Sem certeza dos pensamentos. Pré-julgamentos voláteis. Pré-vida.
A única certeza é de que não há certezas.
E o mundo nos consome. Nos torce. Nos enrola. Nos amassa. Nos derruba. Nos mata. Em nós mesmo a sede de morte de um dia inseguro derrubado pelo sono ininterrupto, mas leve e sem sonhos. A morte de um ser frágil é um pedaço de pequenez. É um cisco. É um nada. Ações mal compreendidas ou mal feitas ou mal acabadas ou mal pensadas ou mal agidas ou más. Maldade, fragilidade do homem. Tanto e nada. Frágil.
______________
PAULA CRISTINA

sábado, 26 de junho de 2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Céu de Santo Amaro

Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor
Nos invadiu...
Com ela veio a paz, toda beleza de sentir
Que para sempre uma estrela vai dizer
Simplesmente amo você...

Meu amor..
Vou lhe dizer
Quero você
Com a alegria de um pássaro
Em busca de outro verão
Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei

Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei

Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor nos invadiu...
Então...
Veio a certeza de amar você...

sábado, 22 de maio de 2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Constância das palavras

Dizer o que digo:
é fato.

Transcender o fato:
é um f e i t o
*
Desafiar a si mesmo
na busca incessante
de sentido
**
Brotar das letras
Proteger a incógnita
***
Constância das palavras
________________________________
Paula Cristina








sábado, 15 de maio de 2010

Poema a partir de uma imagem:

As árvores que cercam
Fecham o mundo
Ideias suspensas
Perdidas
Caidas
Sem rumo


Paula Cristina

(Oficina de Poesia)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Poesia

"... lemos e escrevemos poesia porque somos humanos. (...) Mas a Poesia, Beleza, Romance, Amor.. é para isso que vivemos."

Do filme "Sociedade dos Poetas Mortos"

pensar

"Aquele que vem ao mundo para nada alterar
não merece nem consideração nem paciência"
René Chair

terça-feira, 27 de abril de 2010

Fracasso

se acaso fosse
fosse um fracasso
fracasso seria
seria se acaso fosse

Se fosse
Fosse

Fracasso
Se acaso fosse
Seria
Fracasso se acaso fosse





Paula Cristina

sexta-feira, 23 de abril de 2010

terça-feira, 20 de abril de 2010

Deus me Proteja

Deus Me Proteja
Chico César

Deus me proteja de mim e da maldade de gente boa.
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde ilumine e zele assim

Deus me proteja de mim e da maldade de gente boa.
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde ilumine e zele assim

Caminho se conhece andando
Então vez em quando é bom se perder
Perdido fica perguntando
Vai só procurando
E acha sem saber
Perigo é se encontrar perdido
Deixar sem ter sido
Não olhar, não ver
Bom mesmo é ter sexto sentido
Sair distraído espalhar bem-querer

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Igualdade


Quero escrever sobre a igualdade.

Igualdade e honestidade.


Não consigo.

As pessoas são sujas e hipócritas.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Sonhos

"Sem sonhos, a vida não tem brilho.
Sem metas, os sonhos não têm alicerces.
Sem prioridades, os sonhos não se tornam reais.
Sonhe, trace metas, estabeleça prioridades..."
(Augusto Cury)

terça-feira, 30 de março de 2010

sexta-feira, 26 de março de 2010

Questão de Vida

É no fazer-fazendo que se aprender a fazer
Questão de vida:
Abelha e Mel
*
*
*
*
*
*
*
Paula Cristina

terça-feira, 23 de março de 2010

Que vontade que tenho

de deitar e deitar, de chorar até o amanhecer, de chorar todas as lágrimas dos mundos, de dormir um sono que não pudesse ser acordado, de ter me comigo inteira, nua e inteira, de ser e respirar com alívio um ar puro de honestidade.


de iluminar-me com a Paz, a paz de Deus e de todos os homens, a paz das almas, dos cânticos enamorados dos anjos... a Paz.

Não me leias...

Não me leias se buscas
flamante novidade
ou sopro de Camões.
Aquilo que revelo
e o mais que segue oculto
em vítreos alçapões
são notícias humanas,
simples estar-no-mundo,
e brincos de palavra,
um não-estar-estando

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 13 de março de 2010

Pergunta:

Nós somos perfurados pelas experiências?


(achei esta pergunta de uma simplicidade e beleza sem tamanho. Farei um poema quando for respondê-la...)

quinta-feira, 4 de março de 2010

SE...

acordo sonhando
sonhando acordado
se acordo
se sonho
se realizo
se faço
não sei se fico
ou se passo
inconstante
constante
delírio da alma
suspiro do âmago
Profundo
incessante
segredo
sem resposta
sem nada.

Paula Cristina
poema em resposta "Acordo Sonhando", por Meier

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Solidão

Tem dias que a gente não se reconhece
Tem dias que a gente não sabe exatamente quem é
Uma tentativa falida de explicar-se
O querer fazer parte do mundo
O sentir necessitado do outro,
da voz do outro,
do olhar do outro,
do corpo do outro.

A solidão é angustiante.
Crua.
Verdadeira.

Não há o que explicar
É fato, estamos sós
A contemplar um mundo de solitários
A buscar um solitário pra si.

É triste ser só, sozinho
O ideal é ser só, mas junto
A solidão se distancia, fica miúda
pequena, mas ainda é solidão.

E ninguém entende aquele que disse
ser solitário andar por entre as gentes
e nunca contentar-se de contente.

É uma dor que desafia
que estremece.

E assim caminhamos
Mãos dadas
Cada perna para um lado
Na tentativa de não sentir-se só.
Na estúpida tentativa de não reconhecer-se só.

.Você está sozinho.

Dor mais profunda:
Verdadeira, única.


PAULA CRISTINA

sábado, 20 de fevereiro de 2010

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Gota-em-vermelho




abraço no corpo

delícia da alma



conforto abraço

olhar que incendeia

boca molhada

pele serena



quem faz amor com quem ama

é mais do que cama


Paula Cristina

Lua Canção Floresta Paz (Palavras Perdidas I)

Na floresta da noite
existe um medo
é um medo maior
é o medo do desejo

Nesta canção desprovida
há uma nota perdida
não rima, não diz nada
já não traz mais em si a vida

Na paz de outrora
eu escutei aquele ruído
era um som absurdo
que beirava ao misticismo

Nesta floresta sem canção sem paz
dorme uma lua autêntica
ela é quem guia
os passos dos pobres mortais

Paula Cristina

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Nossa bagagem


"Somos um pouco de tudo, um pouco de todos, um pouco de nós mesmos e mais um pouco!"
Paula Cristina

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Não saber como frear as lágrimas

Não saber como frear as lágrimas
diante de uma música,
não saber como vencer a dor de um
silêncio que nada preenche.

Martha Medeiros

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Florbela Espanca

Mas que eu não era Eu não o sabia
mesmo que o soubesse, o não dissera...
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim... e não me via!

Florbela Espanca

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Haikai VI



E fez-se o silêncio
E caiu a chuva
Harmonia
***
Paula Cristina

amarosaamar

amar

rosa

espaço
terra
água
luz
sombra
chuva

paciência
cuidado
carinho

caule
folhas
espinhos
flor

rosa

amar

Paula Cristina

Conforto para a alma


Fragmentos

Por que tanta confusão nesse pequeno espaço central? Ou há muito entulho ou não há nada!
Oras, raiva e raiva! Para que tanta pasmadice, tanta boberagem, tanta hipocrisia e um tantão de falsidade. A rima fica perfeita, mas pérfida, podre e nojenta.
Ah! Mundo mundo vasto mundo, mundo cheio de lixo e de gente. Gente ou lixo? Lixo ou gente? Não sei. Não sei. Miséria indevida, status alheio, cores e flores roubadas da filha de um pseudo-jardineiro. Ele diz que é jardineiro. É? Não, não é. Tem tanta gente que se diz tanta coisa e essa coisa não passa do grande nada. Nada! São uns nada. É isso que são! Uns bandos de nada!

E essa pedra aqui? Ainda aqui? Pra quê? Oh, meu Deus! Livrai-me do mal e de todas as pedras. Amém!

Dia 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22,23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32. Não há 32!

Passar na esquina, comprar manteiga, pegar os ovos, fechar a bolsa, ligar o carro.
Passar o carro na manteiga, comprar a bolsa, pegar a esquina e ligar os ovos...
Eu não lembro o que devo fazer...

Olá, oi, bom dia, até logo, olá, oi, bom dia, boa tarde, com licença, por gentileza, senhora, boa tarde, bom dia, boa noite, oi, olá

350,00 +700,00 -350,00 -20,00 +58,00-450,00-1000,00 +0,45

Pra que ser assim? Peça perdão!

toc, toc, toc. Tem alguém aí?
Não sei.

Pra que tanta coisa nesse pequeno espaço central?
Há muito entulho!

Paula Cristina

sábado, 16 de janeiro de 2010

- Os homens...

- Os homens - disse o pequeno príncipe - embarcam nos trens, mas já não sabem mais o que procuram. Então eles se agitam, sem saber para onde ir.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Lugares Proibidos

Eu gosto do claro quando é claro que você me ama
Eu gosto do escuro no escuro com você na cama
Eu gosto do não se você diz não viver sem mim
Eu gosto de tudo, tudo o que traz você aqui
Eu gosto do nada, nada que te leve para longe
Eu amo a demora sempre que o nosso beijo é longo
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby, com você já, já

Mande um buquê de rosas, rosa ou salmão
Versos e beijos e o seu nome no cartão
Me leve café na cama amanhã
Eu finjo que eu não esperava
Gosto de fazer amor fora de hora
Lugares proibidos com você na estrada
Adoro surpresas sem datas
Chega mais cedo amor
Eu finjo que eu não esperava

Eu gosto da falta quando falta mais juízo em nós
E de telefone, se do outro lado é a sua voz
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby com você chegando já

Helena Elis