sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Não saber como frear as lágrimas

Não saber como frear as lágrimas
diante de uma música,
não saber como vencer a dor de um
silêncio que nada preenche.

Martha Medeiros

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Florbela Espanca

Mas que eu não era Eu não o sabia
mesmo que o soubesse, o não dissera...
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim... e não me via!

Florbela Espanca

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Haikai VI



E fez-se o silêncio
E caiu a chuva
Harmonia
***
Paula Cristina

amarosaamar

amar

rosa

espaço
terra
água
luz
sombra
chuva

paciência
cuidado
carinho

caule
folhas
espinhos
flor

rosa

amar

Paula Cristina

Conforto para a alma


Fragmentos

Por que tanta confusão nesse pequeno espaço central? Ou há muito entulho ou não há nada!
Oras, raiva e raiva! Para que tanta pasmadice, tanta boberagem, tanta hipocrisia e um tantão de falsidade. A rima fica perfeita, mas pérfida, podre e nojenta.
Ah! Mundo mundo vasto mundo, mundo cheio de lixo e de gente. Gente ou lixo? Lixo ou gente? Não sei. Não sei. Miséria indevida, status alheio, cores e flores roubadas da filha de um pseudo-jardineiro. Ele diz que é jardineiro. É? Não, não é. Tem tanta gente que se diz tanta coisa e essa coisa não passa do grande nada. Nada! São uns nada. É isso que são! Uns bandos de nada!

E essa pedra aqui? Ainda aqui? Pra quê? Oh, meu Deus! Livrai-me do mal e de todas as pedras. Amém!

Dia 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22,23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32. Não há 32!

Passar na esquina, comprar manteiga, pegar os ovos, fechar a bolsa, ligar o carro.
Passar o carro na manteiga, comprar a bolsa, pegar a esquina e ligar os ovos...
Eu não lembro o que devo fazer...

Olá, oi, bom dia, até logo, olá, oi, bom dia, boa tarde, com licença, por gentileza, senhora, boa tarde, bom dia, boa noite, oi, olá

350,00 +700,00 -350,00 -20,00 +58,00-450,00-1000,00 +0,45

Pra que ser assim? Peça perdão!

toc, toc, toc. Tem alguém aí?
Não sei.

Pra que tanta coisa nesse pequeno espaço central?
Há muito entulho!

Paula Cristina

sábado, 16 de janeiro de 2010

- Os homens...

- Os homens - disse o pequeno príncipe - embarcam nos trens, mas já não sabem mais o que procuram. Então eles se agitam, sem saber para onde ir.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Lugares Proibidos

Eu gosto do claro quando é claro que você me ama
Eu gosto do escuro no escuro com você na cama
Eu gosto do não se você diz não viver sem mim
Eu gosto de tudo, tudo o que traz você aqui
Eu gosto do nada, nada que te leve para longe
Eu amo a demora sempre que o nosso beijo é longo
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby, com você já, já

Mande um buquê de rosas, rosa ou salmão
Versos e beijos e o seu nome no cartão
Me leve café na cama amanhã
Eu finjo que eu não esperava
Gosto de fazer amor fora de hora
Lugares proibidos com você na estrada
Adoro surpresas sem datas
Chega mais cedo amor
Eu finjo que eu não esperava

Eu gosto da falta quando falta mais juízo em nós
E de telefone, se do outro lado é a sua voz
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby com você chegando já

Helena Elis

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

vasto vasto mundo

vasto vasto mundo
com tão poucas ideias
e homens curtos!

Paula Cristina

sábado, 2 de janeiro de 2010

palavras fugidias

fugitivas
fugidas
palavras fugidias

ando sem tempo
ando sem brilho
a morte cumprimenta-me solenemente
na escuridão da caverna profunda do ser

e as palavras
ainda fugidias
teimam em responder

fugitivas
fugidas
palavras fugidias

Paula Cristina

Sopro de Vida

"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida. Viver é uma espécie de loucura que a morte faz. Vivam os mortos porque neles vivemos."