sexta-feira, 10 de julho de 2009

Eu sei que vou te amar

Eu sei que vou te amar Arnaldo Jabor
"Você me chamou por telefone. Não te vejo há três meses... seis anos juntos e agora sem te ver... pela tua voz no telefone sei que você está controlando uma emoção, querendo bancar o homem seguro de si... e fico desesperada porque mesmo assim você consegue fingir solidez e eu... e eu... ao ouvir tua voz, o mundo se acalma (...)" p. 14
" É... esse negócio de casamento não dá mais pé: instituição pesada... antigamente ainda tinha a família patriarcal... os pais na mesa... a amante no bordel... hoje em dia a única finalidade do casamento é a repressão sexual do parceiro... só isso..." p. 19
"Ah... minha querida, eu tenho é medo dessa simbiose da gente... com você eu quis mais que um casamento... eu quis tocar uma verdade, eu quis dar um beijo que ficasse, um gozo que não passasse mais, uma marca de amor que não saisse da tua pele, te marcar, te suar... virar você..." p. 32
" - Não vou atender!
- Atende, deve ser alguma amiguinha...
- Não vou atender! Não é mulher nenhuma... é que eu não quero me incomodar... não atendo..." p. 35
" Eu vou matar esse cara" p. 37
" Santa mãe! Como eu estou babaca, passando imagem de verdadeiro...
- Sei que é babaquice, querer ser o verdadeiro... espera... vou ser mais simples... será que a gente não podia ser mais puro, e falar tudo que sente pelo outro... ninguém tem essa coragem... será que a gente ... não podia correr este perigo?..." p. 39/40
" - Quer dizer, eu percebia... mas sempre dois segundos depois... sempre que eu fazia uma besteira, eu percebia dois segundos depois..." p. 46
" O que me faz sofrer é sentir que o que encheria qualquer mulher de felicidade, ou seja, ter o teu maravilhoso amor de homem e as coisas lindas que você me diz, tudo isto me causa ansiedade e me leva ao desespero.(...)" p. 50
" Ai!... Meu Deus do céu... como a verdade de um homem é diferente ds verdade de uma mulher... eu... eu... fiz tudo pra essa mulher... mas ela só lembra dos erros... mulher só contabiliza coisas negativas... só... 'estraguei a vida dela'... tá legal... e as milhares de vezes que eu a protegi sem ela saber, hein? E a mão protegendo dos golpes do mundo, hien? E a contemplação muda da ingenuidade, e os ensinamentos discretos? E a carícia desinteressada? E a ejaculação contida pelo bem dela? E a muda concordância e a bobagem consentida para evitar o triunfo sobre a juvenil ignorância ? Nada conta? Nada... nada... (...)" p. 51
" (...) Às vezes eu acordava de madrugada e ia olhar pela janela... tinha uma janela baixa que dava pra um jardim... rosas... rosas... (...)
- Rosas... eu olhava minha mulher dormindo... e pensava: 'A vida é perfeita'. " p. 52/ 53
"(...) Eu também contemplei o doutor dormindo enquanto eu trocava fraldas! (...) " p. 55
" - Pois saiba que a família é insuportável!!! Todos os homens e mulheres ficam loucos dentro de casa !!! A casa é pequena demais pro desejo humano... eu não sei o que é amor!!! Quando eu estava casado vivia indo aos puteiros da cidade, mergulhando na mais doida sordidez, e de noite eu ia para casa purificado, de banho tomado!!! Só assim pode haver o pai de família exemplar... eu era um marido exemplar que mergulhava com as putas em piscinas sujas!" p. 67

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